sábado, 27 de abril de 2013

Marionetes





A vida brinca contigo
De um lado pro outro
De cima para baixo
E vice-versa
A vida tem vida própria
Pensamos que ela é nossa
E que podemos fazer o que quiser
Quando bem entender
Não é assim, ó marionete
Sim tu és gente
Um cotonete
Pode ou não ser usado
Introduzido raso
Ou mais fundo
Mas a mão que segura
A haste não é tua
É da vida
Que não é tua
E se pensas que a possui
Ela te afunda forte
Como para te mostrar
Quão insignificante és
Parece uma criança birrenta, a vida
Lide com ela desta maneira
Esperando momentos de alegria
Ou berreiros que te enchem os olhos
O camelo apenas procura uma sombra
Vá atrás da tua
Antes que o sol te arranque os olhos
Em brasa
E teus pés não te levem
A mais nenhum lugar



terça-feira, 23 de abril de 2013

Escaravelho





Não há dor que possa consumir-te a ponto de não conseguir expressá-la
[apenas a dor da alma
sentir uma comichão
dentro dessa sutileza
solidão faz te ferir
beleza se vê ao centro
[corta a pele que cresce
Não adianta se relacionar, pois já é um monstro medonho epidérmico



sábado, 13 de abril de 2013




Pintassilgo na janela
Encante e voe____________
Solidariedade





terça-feira, 9 de abril de 2013

Ousadia



tela do acervo do autor 



Escravo desse seu andar não sei mais como voltar
Até as estrelas brilhantes ajudam meu versejar
Norteando a nau pelo mar das letras que curam
Com o horizonte mordendo olhos e os torram

Ouso escrever este verso para quiçá me livrar
Desta inebriante fantasia que o tempo possa ajudar
Pois que de cá não vejo mais o que me apontam
Talvez esta ousadia e o tempo, ó fantasia, me faltam

O trem já vai da estação se é vem ou vão
Que se decida por algo que o valha da prisão
E que os versos deste poema possam abrandar
A intrépida aventura nesta vida de se libertar.


domingo, 7 de abril de 2013

Ladrilhos



fotografia de Cristiano Melo, 2009



De todo o tempo que o tempo me deu
Tenho a meu favor aquilo que não sei
Do contrário como poderia amar meu rei
Encantado na cúpula da ignorância do meu eu

Se a vida pode te ensinar algo ou alguma coisa
Melhor seria sentir os espinhos na carne
Ao subir a ladeira sem perder a alegria
Ou descer do palco sem nenhum aplauso

Tempo e vida nos tem como uma coisa
Sem segurança que não te escarne
Do que desconheço meu rei é uma fantasia
Quando rolo ladeira abaixo e caio no cadafalso

Sair de lá cortado e com restos de espinho e dor
Continuar subindo a ladeira é o que se chama esperança
Já não tens mais a desculpa do não saber e pudor
Enchas o peito, esqueça o rei e saia da fumaça.



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