quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Fuga de nada





Ah, despudorada aflição
traz a fuga de tanta
emoção
foge
comendo a algibeira
quebranta o magote longe
para ficar sem eira nem beira


terça-feira, 28 de outubro de 2014

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Amor meu no mar
Busca onde se apoiar
Gaivota se vai




quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Fobia d'ágora




Sorrateiro medo, delírio
Retorna ao frasco de colírio
Porquanto pinga gotas, uveíte
Sorumbático, volta para a caverna
Platoniana sem precisar convite
Nunca saíra, bêbado numa taberna
recolhe o lixo de tua existência]



Coceira




Meu amor querido, 
Não te sintas ferido
Caso de alguma maneira
Traga-te Coceira
Na Língua
Pois, a míngua
Ficarei sem entender
O que fiz por apenas ser.
Quem sou]




Breve repente





Choveu no meu coração, penas de asas angélicas,
Soprou brisa nova, pomada contra lava quente,
Criou algum broto latente, partes carentes,
Corou a serpente no paraíso, amor de repente.
Fez-se um breve repente]




segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Atuais diálogos




Depois de tentar conversar numa roda de pessoas "tecnologizadas":
-What's up?
-Não sei usar watsapp.
-É fácil
(silêncio) enquanto todos menos um com as cabeças abaixadas a esticar e puxar na tela de seus respectivos "ismartifones" e soltar risinhos de cumplicidade
-Eu queria dizer algo, lembra daquela vez que...
-Hum?!
Ninguém, além dele, estava ali. Todos estavam interagindo socialmente e ele deslocado, foi embora e, ao chegar perto de casa, o seu celular toca, "onde você está?".




A maldição do voto



Tento escrever um poema
Uma prosa qualquer
Um capítulo sequer
No entanto o anátema
De ler o que estão a escrever
Corta-me os dedos ao meio
Esfola-me os olhos sem ceder
Fugir de tal sina já nem creio
Na dúvida me calo]



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Considerações Finais




O poeta ponderado escreve moderado
Mui diferente de quando está apaixonado;
Triste daquele sem alguém ao lado:
Perde entusiasmo e regurgita quadrado.

Sem a alma no corpo este perambula...
A esmo, para onde se dirige o gado!
Se for para o abismo, vai sem luta,
Anula a velocidade e tão sem retardo.

A inspiração aspira purgações!
Pirados e amalucados; ser destacado.
Felizes e alegres pelas escolhas e ações

Se este é mais um fardo considerado
Para outros é amor, alegria e lições...
Sem últimas considerações d’um soldado.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Quarteto matinal





Alvissareiro poema da manhã
Guarnece então segredos na algibeira
Tolo algum ousaria entrar pela beira
Peleja de buscar informação órfã.



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