segunda-feira, 14 de junho de 2010

Carta de Amor

texto para a blogagem coletiva sobre cartas de amor, promovido pelo FIO DE ARIADNE


Bem, eu sinto uma grande necessidade de expor o meu sentimento por você, de esvaziar algumas questões, de preencher lacunas... Mas percebo a sua fuga nesse momento, e devo confessar que doi muito, entristece mesmo, lá num cantinho de dentro do coração, algum lugar próximo do que poderia se chamar de alma. Doi, mas não enraivece.

É a sua escolha no momento, como já foi a minha outra vez.

O que de fato quero com esta carta é reafirmar o meu AMOR por você, e que eu ainda não aprendi a ser seu amigo-confidente, pois pelo que percebi é o que você tem a me oferecer agora, sinto muito, mas não posso, é mais forte do que eu, pelo menos por enquanto. Ao ouvir a sua voz, me vem recordações de um tempo em que eu poderia ter agido de modo diferente e ter sido feliz e ter feito você feliz, e isto me entristece muito, me deixa muito melancólico...

Nesses dias em que nos reaproximamos, eu senti uma ponta de esperança de poder viver de novo ao seu lado com uma nova perspectiva, senti isto de uma maneira muito forte. Nunca me esquecerei da noite que você adormeceu em meus braços na véspera de sua viagem.

Estou envolvido com a minha reaproximação da universidade, o que toma certo tempo. Não tenho interesse em deixar ninguém se aproximar de mim até esvaziar o sentimento que tenho por você, experimentei uma tentativa de aproximação e só serviu para confundir e desperdiçar o meu tempo.

Que essas letras, palavras escritas e frases possam te explicar o que eu não consegui em palavras faladas e gestos, e pelo menos uma vez sinta o meu amor, nem que seja derramado em letras.


Sinceramente


Cristiano Oliveira de Melo

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Novo Ninho

Criar um ninho envolve dedicação!

Trabalho delicado e atento,

Partes escolhidas para um mosaico

De criação e transformação.


Pedaços, partes,

Gravetos, galhos,

Sementes, grãos...


No bico das aves,

Nas garras das onças-pintadas,

Nas patas dos tatus,

Na pressa relativa das preguiças.


Construir um ninho envolve afeto!

Sentimento interior, instinto,

Relogio biológico,

Vulnerabilidade sustentavel.


Entregas mútuas,

Labores solidarios,

Companheirismo efetivo.


Viver num ninho envolve amor!

Afeto possivel conjunto.

Conjugar os viveres,

Consumar criatividades.


No desejo humano,

Na esperança casada,

Na singela e tenue linha do querer,

No casal que se forma.


Que o ninho criado,

Construído,

E vivo

Seja fertil, fantasia tornada real!

Fala e Silencio

Fala e silencio!

Armas letais

Suaves afagos.


Atingem o alvo, disparados.

Maceram ou acalentam

Códigos criptografados.


Da indagação da esfinge

Aos píncaros lunares,

Quem decifrar ou não

Terá sua ação.


Mancebo algum escapa

Da boca ferina,

Com mensagem brotada

Escancarada ou cerrada!


A fuga sentencia

Corte imperceptivel

Cura perecivel.


Fala-lhe,

Silencia-lhe,

Suporte a consequencia.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Mágoa

Do parcel de mágoa
Partem pólipos ardis
Na direção do peixe.

Ora que deleite!
Blindar-se de infeliz
Ao gritar "me deixe".

Presos ao círculo neurótico
Ora magoa, ora magoado
Conduzem o coral marinho
Para além mar.

Sentimentos não são pórticos,
Enlaçam-se num emaranhado
Finalmente transmutado em carinho
Para quem pode amar.

sábado, 5 de junho de 2010

Realidade

De que adianta averiguar a realidade
Se esta não representa sua análise.
Ora fruto que é da verdade absoluta.
Da relatividade se espreita uma abordagem própria.

Tão pouco afirmar a persistência de inquestionável verdade,
Logra aproximação do observador ao objeto da frase,
Do contrario, não existira a diferença poluta.
A realidade se firma em si pela história.

Se penso que amar é real,
Realidade passa a ser,
Da verdade de um querer.

Entrementes, querer não legitima o ver,
Observar o objeto, no pensamento leal,
Realidades relativas no perceber como tal.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Dorme Amor

Dorme amor, ainda é noite e os pássaros ainda não cantam.
Dorme que o dia não tarda, e seus olhos abrirão
Pois que a noite lhe embala os sonhos que não despertam
Ou traz pesadelos que as nuvens os afastarão.

Medo do que não conheço ainda me fez acordar,
Resto-me no teclado da escrita insone,
Guardo-me na segurança do palavrear,
Quedo-me no temor que um tanto me consome.

Se vais correr para meus braços
Quando o Sol lhe despertar
A dúvida me traz estranhos soluços.

As incertezas da vulneravel entrega podem afagar
E do receio construir couraças em traços
Dorme que o dia não tarda a chegar!
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