sábado, 17 de agosto de 2013

O Rugir do Silêncio




E eis que a prisão neste mundo
Deixa-me incompleto e mudo

Se o silêncio fala demais
Moribundo, o meu hurra; ruge.
Com celas de pétalas dos rosais
A encarcerar tudo ao redor, foge!

Tudo dentro do silêncio que me come
Devora e destrói o que não se constrói
A alma não está mais incólume
Sem aquela estória de sentir o coração.

E eu, meu bem, já morri
Não me procures mais
Já me fui, corri
Para além do cais.




Um comentário:

  1. O mundo não é uma prisão,
    Nem o silêncio é seu inimigo.
    Odiamos o silêncio apenas quando
    Depreciando a nós mesmos, enganamo-nos...
    E como isso é recorrente!
    É preciso amar a vida, por mais
    Ambígua que ela aparente ser.
    É preciso amar a vida, por mais
    Dolorosa que ela se mostre.
    No fundo, quantas vezes nos tapeamos,
    Querendo que o mundo se adapte a nós,
    Não percebendo que isso não passa de egoísmo.
    É preciso reconstruir-se, como a Fênix,
    Nas cinzas, no vazio, no silêncio.
    Sim, no silêncio, nas trevas, na solidão!
    Pois somente no silêncio encontramos a força
    que permite que encontremos paz na tribulação.
    Sim, na solidão. Pois, como bem disse Nietzsche,
    Se o estômago está envenenado
    Tudo o que se come estará contaminado.
    Voltemos a apreciar o mundo como uma criança,
    Para retornar a se olhar com novos olhos
    Apreciando os pequenos milagres invisíveis
    Que já não são sentidos e admirados como antes,
    Quando bastava uma simples poça d'água
    Para saltar e sorrir...

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