sábado, 3 de janeiro de 2015

Carta de amor






A manhã molhada intercalada de tempestade com garoa fina fez lembrar-me de você. Talvez por uma melancolia que tenha criado e guardado em meu subconsciente, só esperando o momento de aparecer e me fazer recordar.

Nossos caminhos estão tão distantes, quanto próximos na memória de seus beijos e conversas filosóficas ou banais, as brincadeiras na cama, as músicas, os versos... Tudo do que a arte se alimenta e viceja.

Para mim um marco na minha espiral temporal de sentidos, senti tanto amor por você naquela época que chegava a doer, como doído foi aceitar a separação, o deixar viver, o tocar o barco. Nunca esqueci de fato. Cada olhar, toques de cumplicidade, fora tudo guardado neste canto que chamo agora de melancolia e foi desperto pela chuvarada, ainda oscilante entre forte e fraca.

Se para você é uma surpresa ler este desabafo, basta lembrar-lhe daquela noite com Lua cheia onde estávamos bêbados e sozinhos na chapada, praticamente duas estrelas a mais no céu enluarado, de tão intenso que foi aquele instante, para mim é o meu instante, um marco no marco. E como foi prazeroso. O prazer em todos os sentidos mesmo ébrios, o amor só entorpeceu ainda mais nossa embriaguez iluminada.

Você é o amor da minha vida e saiba já!
Antes dos últimos pingos d'água.



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