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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Ser pelo Ter


Fotografia de Alex Melo, todos os direitos reservados



O ser pelo ter
Não se busca mais
A beleza do ser

Quer-se a fantasia do ter
A passageira e momentânea
Aliança forjada

Tenho, logo existo
Em meio a bundas e peitos
De plástico elástico

Músculos, abdomens, coxas
Dinheiro, carro, apartamento
Aparência distorcida que serve

Sem qualquer remorso
Troca-se o ser pelo ter
Vaidades de liquidificador

Insanidades efêmeras em crisálidas
Prontas para mudar com a moda
O descartável em voga

Corra o risco de ser
E será expurgado do meio
Ambiente social apodrecido

Seja decente, honesto, divertido
E ficará sorrindo sozinho
Enquanto a boca de dentes falsos te cospe

Seja franco, aberto, idiossincrásico
E conhecerá o ostracismo
Gruta, jaula que se torna sua casa

Saudades do bicho homem
Que já foi
E hoje não existe


Cristiano Melo, 24 de setembro de 2010
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