A janela aberta
Por onde entram cigarras
Faz alegre o dia
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
Disfarces
imagem da internet, sem autoria
Porquanto a esperteza de um piolho
Engorda de tanto doce-amargo rubro
Disfarça a coceira com saliva anestésica
Entre os cabelos de sua ingênua presa.
Há afeto entre o bicho e a pele de repolho
Couro duro da cabeça vai pra dentro
Enquanto um disfarça o outro ouve música
O líquido vital é sugado pela incerteza.
Se a relação fosse de troca, olho por olho
Poder-se-ia dizer que era amor ao centro
Mas, um engordava e o outro comia mosca
Até o final da última gota sem beleza.
Ainda tentou catar o piolho
Esmagar com as unhas dos polegares de pronto
Já era tarde, desfaleceu como uma casca
Exaurida e morta, mais um cai pela realeza.
O rei piolho, farto, calma e tranquilamente busca outro
sangue.
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Já deu
Já deu.
Esses dedos que me acompanham
As pernas que me levaram
O coração que tanto fez
O fígado que não conseguiu tanto
Era muito.
Já deu.
Esses olhos que tanto viram
A boca que tanto calou ao ver
Os dentes que quebraram a raiva
Mas ela sempre voltou
Acompanhada de remorso, culpa, tristeza e mágoa.
Era demais. Sempre foi.
Já deu.
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