segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Vida e Morte

A bruma densa em que se encobrem os tesouros
Não poderia ter luz mais forte para encontrá-los
Que a própria vida, a existência na insistência
De viver a busca incessante do dourado sagrado.

Não se lhe dá de graça, pela sua graça
Espia por entre a bruma o esperado
Guarda firme o precioso encontrado
Continua a procura de mais da vida esparsa.

Se de cansaço senta e esquece
Diligente esteja para não seres roubado
Pois de vida vivem os vampiros.

Coragem! A mudança não fenece
Mosaico de tua vida untado
A morte te vê por entre os espinhos.

Cristiano Melo, 01 de Fevereiro de 2010.

2 comentários:

  1. Apenas um fio separa a tenra escolha. Vida é apego. Abrir mão dela representa perigo para os próximos e ninguém mais. Estamos presos a um cordão que os animais já teriam rompido.
    A idéia da morte, disse Nitschie, é a consolação que nos mantém acordados. E a chance que temos de nos libertar, isto é pura especulação e também uma esperança quase religiosa.
    Coragem para seguir representa utopia. Não dá pra enxergar o que vem à frente.
    Há duas escolhas: ter sangue frio para esperar o que nunca pode vir, ou jorrar o sangue quente de uma vez. Auto conhecimento ou anestesia. Cada um escolhe o seu.
    Mas algo no seu texto me chamou a atenção: "Guarda firme o precioso encontrado". Talvez por isso seja possível seguir em frente. A fé, até para os ateus, está sempre rondando como um zumbi. Afinal de contas o precioso é aquilo que vemos em nós mesmos.

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  2. Oi gostei muito do seu texto, conheça o meu blog também de textos pessoais. obrigado.

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