sábado, 18 de setembro de 2010

Misael

Houve um tempo em que acreditava em permanências.
Estava acostumado com o seu sorriso e inteligência em meu dia.
As ricas conversas regadas a café, vinho e transparências
Alegrava a mesmice humana aquartelada na ignorância sombria.

Houve um tempo, sim houve, e agora há outro:
Amadurecer com a impermanência e conhecer o afeto
De fato, efetivo, no qual queremos a alegria de dentro
De fora, ao redor, da partida pra vida de um amigo dileto.

Saber de sua felicidade é ficar alegre.
Ter saudade é confirmar o que se sabia,
O tempo e a distância são apenas uma lebre.

Corre veloz, enquanto a vida torna-se sábia
A vagareza relativa do ser não traz febre
E sim uma brisa suave de tenra alegria.

Voa meu querido amigo!

Cristiano Melo, 18 de setembro de 2010.

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