Há algo de
estranho...
Sim, há
algo de estranho!
Virar a
cabeça e não conseguir ver nada,
Aguçar o
ouvido e não ouvir patavina.
Os sentidos
embriagados por barbitúricos e álcool,
Álcool e
mais barbitúricos,
Há algo de
estranho quando tenta se aliviar com cortes.
Navalha
afiada, pele desfiada.
Há alivio
na dor do profundo?
Os sentidos
desaparecem,
A brasa do
cigarro já queimou a face.
Relance de
uma cicatriz marca ao mundo.
Há algo de
estranho...
Não, não há
ou há?
Álcool,
mais álcool, mais cortes,
Mais
cicatrizes futuras.
Defunto
ainda vivo com urubus ao ar,
A foto do
porta-retrato rasgada,
A janela
escancarada do sétimo andar,
Ninguém
para telefonar.
Sim, algo
perece junto aos sentidos!
Não se
ouve, vê, sente, degusta ou cheira,
Só a cor do
sangue pisado, coagulado
Dos cortes
e das queimaduras.
Ninguém
para o ouvir, tudo quieto.
Os gatos
com comida para meses,
E as reses
vão para o abate, sem sentir.
Há algo de
estranho que se joga do sétimo andar!
*poema em versos brancos em "AO CAOS" de "Da métrica ao caos", próximo lançamento pela Editora Novitas
É o CAOS a vida real!!! Beijos !!!!
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