Uma penumbra tomava conta do
quarto em que morava. Uma cama, um ventilador, uma mesa, um computador e sua
cadela. Apontava que a noite já vinha e lembrava que passara o dia em seu
quarto buscando algo em que se apoiar. Talvez um telefonema, um amigo, um
familiar, alguém que pudesse conversar e passar um tempo do tanto tempo sozinho
aguardando muitos tempos. O tempo da agorafobia; da quimioterapia; da aposentadoria
por invalidez; da dor nas articulações passar junto com os efeitos colaterais da
quimio; daquelas coisas que não adianta espernear há de aguardar, parado, com
paciência, o tempo que for. E já vai uns dez anos até então. A alegria de ter
amigos e ir a festas de família estava em seus retratos guardados na cabeceira
da cama. Nada se movia além de si e sua cadela, atenta a cada movimento. Fez um
último, a cadela ficou.
Belíssimo texto...não sei o que dizer meu amigo querido! Só que és um grande poeta, uma pessoa fantástica que e que amo você!
ResponderExcluirVou te deixar meus aplausos por tudo, pelo texto, pela generosidade que tens, por tua alma belíssima, por teus poemas maravilhosos pelo guerreiro que és e por tudo de bom que Deus te deu!
Um grande beijo com muito carinho Príncipe dos Poetas!
Chuta tudo, chuta a dor, agarra a poesia, Liberta a coragem, abre as amarras e grita!!!! O universo tem ouvidos!
ResponderExcluirChuta tudo, liberta a coragem, grita ao universo e fica!!! Vc quer e sua voz é desejo!
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