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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Vanity



A vaidade que te corrói a alma
deixa-te vazio como casca
de cigarra em minha palma
da mão, jaz ali uma lasca
do que nunca fora e não é]
Para que
bonzinho parecer
a quem não
te diz respeito,
meu irmão?!
dê-me teu silêncio e só]


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dias de hoje



Nunca postei nenhum vídeo que eu não houvesse produzido, mas esse merece especial atenção, pois traz reflexôes profundas, explícitas e implícitas do modelo de nossa sociedade.  Assistam ao vídeo "Doll Face" por Andrew Thomas Huang e leiam o soneto abaixo:




Cabelos de poliéster são plantados
Cabeludo careca não aceita
Realidade e presente amofinados:
Calvície de homem a presa espanta.

Pílulas murcham ventres, adipócitos
Espúria na batalha em quem enfeita
Máscara fustigada de propósitos
Fugir da idade com a alma desdita.

Estufa partes sãs com silicone,
Encolhe outras ficando um ser doente,
Consolida a demência num ciclone.

Aceitar-se não é opção mormente.
Viver na fantasia de seu clone:
Produto sai da fábrica, demente.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Moldes e Modelos

Fotografia de Alex Melo, todos os direitos reservados




Cabelos de poliéster plantados
Cabeludo do passado, não aceita
A realidade de seu presente, fiados:
Careca de homem a presa espanta.

Pílulas devoradoras de ventre, adipócitos
Espúria no jogo da batalha que enfeita
A máscara fustigada de propósitos
Fugir da idade verdadeira com alma desdita.

Estufa detalhes com silicone,
Encolhe preciosidades ficando doente,
Consolida a mente num ciclone.

Aceitar-se não é mais opção mormente.
Viver na fantasia ditosa de um clone:
Pessoa que sai da fábrica, demente.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Identidade

Nariz refinado e simétrico,
Olhos modificados em cor,
Dentes brancos alinhados sem trinco,
Orelhas coladas à cabeça como for.

Cinturas afinadas sem gordura,
Seios e tórax com plástico firme,
Músculos hipertrofiados em moldura,
Pelos removidos da pele íngreme.

Cabelos pintados, faces repuxadas,
Comprimidos de mágicas promessas,
Homens e mulheres alterados nas fachadas.

Vísceras e metabolismos levados a quimeras
Identidades em série fabricadas,
Assim, é inserido o ser humano em sua era.

E a individualidade?
Sem identidade
Com idade
Cidade
Laje! 

Cristiano Melo, 17 de setembro de 2010.
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