A repetição, a repetição...
Ativa negação,
Passiva relação e tantos “ãos”
Faz nascer esta canção.
Não, eu não quero seu peito
Sem leite para chupar veneno.
Não, eu não quero seu colo
Com espinhos para furar meu lenho.
Não, eu não quero sua culpa
Disfarçada de remorso cristão.
Repete anda repete
Caminha repele caminha
Choca o ovo da serpente
Aduba a erva daninha.
Acredita, é verdade, de tanto repetir
Que a realidade não vai lhe tocar.
Sim, as escolhas foram feitas
No chapisco do muro de cimento.
Sim, a cama foi desfeita
No momento da brecha pela fechadura.
Repete anda repete
Sem caminho anda e repete
Repete, anda!
E acredita na sua verdade.
Louca e demente realidade,
A mentira é a verdade.
Pura e simples,
Dura e simples.
Duelo da canção
Quem tem razão?
Realidade ou verdade?!
Acredite no que lhe couber.
Cristiano Melo, 28 de Outubro de 2009.