quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Canção da repetição

A repetição, a repetição...

Ativa negação,

Passiva relação e tantos “ãos”

Faz nascer esta canção.


Não, eu não quero seu peito

Sem leite para chupar veneno.


Não, eu não quero seu colo

Com espinhos para furar meu lenho.


Não, eu não quero sua culpa

Disfarçada de remorso cristão.


Repete anda repete

Caminha repele caminha


Choca o ovo da serpente

Aduba a erva daninha.


Acredita, é verdade, de tanto repetir

Que a realidade não vai lhe tocar.


Sim, as escolhas foram feitas

No chapisco do muro de cimento.


Sim, a cama foi desfeita

No momento da brecha pela fechadura.


Repete anda repete

Sem caminho anda e repete


Repete, anda!

E acredita na sua verdade.

Louca e demente realidade,

A mentira é a verdade.


Pura e simples,

Dura e simples.


Duelo da canção

Quem tem razão?

Realidade ou verdade?!

Acredite no que lhe couber.


Cristiano Melo, 28 de Outubro de 2009.

2 comentários:

  1. O poeta vive seu momento de rebeldia
    Negação - retorsão - violação
    tantos "ãos"
    Quantas mãos ?
    Poucas vozes ... mas o fato - poeta e amigo - é que a repetição é método de aprendizado .
    Verdade , que apenas um dos métodos ...
    abraço !

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  2. Cris

    Tantas vezes passamos a vida inteira repetindo "verdades", sem acreditar nelas. Viver é mesmo um aprendizado contínuo... Beijos

    ResponderExcluir

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