quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Terra

As árvores extraem suas raízes da terra

Como pernas que cambaleiam desconexas

Protegem-se da ambição de sua eminente destruição

Fogem para um lugar de árvores livres, com seus frutos intactos.


A insanidade insaciada as persegue

Aflitas por seus frutos e galhos buscam a terra livre

Há tal lugar? Não importa muito para quem é exilado

Só querem fugir do fardo de serem ceifadas.


Os galhos mais frondosos viram braços

E surgem olhos para todos os lados

Fortes poderiam contraatacar facilmente,

Mas não é de sua natureza tal feita.


Sua seiva corre quente por todo seu interior, árvore viva.

Floresta em movimento, folhas eriçadas de bicho.

Acompanham-nas os seres fotossintéticos, deixam seus contingentes

Buscam paz, encontram mais morte.


Quem é mais forte? A estúpida ambição industrial,

Ou o despertar verde tardio?

Sem frutos a guarnecer, faz-se a sorte

A Terra cobra seus direitos, fenece e morre.


Cristiano Melo, 06 de Janeiro de 2010

3 comentários:

  1. A DESTRUIÇÃO DO PLANETA SEGUE UMA TRÁGICA E UNIFORME SINTONIA HISTÓRICA
    OS CICLOS DAS DÉCADAS E SÉCULOS ASSIM O DEMONSTRAM
    HÁ POUCOS DIAS RECEBÍ UM E-MAIL ACERCA DE UM CARRO ECOLOGICAMENTE CORRETO, COM MOTOR IMPULSIONADO A AR COMPRIMIDO, QUE UM INVENTOR FRANCÊS CONSTRUIU .... E PORQUE NÃO SE DIFUNDE ??
    - E PORQUE NÃO É LANÇADO AO "MERCADO"??

    SIMPLES - A COBIÇA , MALDITA E ASSASSINA COBIÇA QUE VAI DESTRUIR O PLANETA !!

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  2. Arrisco uns versos que não sei escrever. Mas arrisco:

    A terra não finda, recicla.
    Homem ambicioso trai a própria existência
    Moribunda que termina sem conseqüência.
    Filhos não lhes dão lucro,
    Desimporta a sobrevida.
    A velha árvore caída agora brota
    Livre e destemida.

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  3. A cobrança mais alta está roubando agora o homem da terra...

    Saudade Cris.

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