sábado, 7 de agosto de 2010

Suicídios

Fotografia de Alexsandro Melo


Já tentei exorcizar meus infortúnios com bebida,
Mistura de barbitúrico com nicotina,
Anfetaminas e ansiolíticos de esquina.

Já tentei cortar os pulsos da palavra não-dita,
Enforcar o vexame do escândalo da mentira
Saltar do prédio com as costas na brisa.

Dizem que somos responsáveis pelos nossos atos
A felicidade e o sofrimento dependem de nós.
E a quem responsabilizar pelo fato entreatos?

Responsabilizar-se pelo que se diz e age como algoz
É no mínimo hombridade, mas qual o que de hiato.
O pobre diabo já nasce sem braços pra se quebrar sua noz.

Volto às divagações, meditar sobre as ações
Que eu me responsabilizo, sem óculos pra enxergar
O livro de palavras soltas que é a sua hedionda alegria.

Abra na página da confiança, energúmenas mutações
Do que se diz e como se age, livro sem leitura e com par,
De óculos para apunhalar no alvo que lhe cabia.


Cristiano Melo, 07 de Agosto de 2010

6 comentários:

  1. Que bom que gostou, agora, manda em resoluções maiores, por e-mail.
    :)

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  2. Poxa, Cris... Adorei tua poesia! Além de bem escrita com um ritmo maravilhoso de se ler!
    Abraços

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  3. Oi, Cristiano,
    gostei das reflexões, das divagações que tanto passeiam pelos corações poetas. belo poema em conteúdo e forma!
    um abç de Betha

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  4. Tita,
    sempre fico feliz com seus comentários :)

    Angélica,
    Vindo de você é um tremendo elogio (saudades)

    Betha,
    Que bom que aportaste por aqui, mais uma colaboração muito bem-vinda

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