sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Vida e Morte

Ter medo da vida,

Mesmo sendo querida

É estar congelado, imobilizado.


Mexer-se causa espanto,

Como um boneco pode se levantar?

A vida cobra de seu canto.


Deixar de ser boneco

Lambuzar-se de vida

Mesmo com temor de pronto.


Eis o início do medo da morte.


Cristiano Melo, 22 de Janeiro de 2010

5 comentários:

  1. Não sou poeta, mas sempre arrisco uns versinhos intuitivos despreocupados com estilo:

    Humano tolhido,
    Homem inexperimentado.
    Medo, reflexo distorcido
    De alguém inabitado.
    Crise de abstinência
    Solidão e demência.
    Morte vida
    Mundo inabalado.

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  2. O seu poema é muito interessante mesmo, porém teve uma frase que me chamou a atenção:
    "Lambuzar-se de vida"
    Amei essa expressão!
    ------------------------------------------------
    http://duventublog.blogspot.com/

    Levi Ventura

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  3. Será possível não ter medo de nenhuma delas?

    o seu poema é muito inspirador... :)

    beijinho
    Isabel

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  4. tive esse "insight" com meus 32 anos, dentro de um cinema...( não importam os detalhes, agora...rs)

    costumo dizer que, naquele momento tomei consciência pura da possibilidade inexorável do meu não existir...

    Contudo, acabam passando, esses medos...ah! acabam mesmo !...

    Uma coisa te digo, ao menos pra mim,"rolou" com mais frequência, curtir ao máximo, as coisas mais simples do que chamamos vida...

    muito bom, como sempre, Poeta !

    abraço

    Joe

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  5. eu vivo.
    dando certo ou não.
    Livre para temer prisões.
    A cobrança da vida é a morte.
    Não tem outra sorte.
    Não tem outro mote.

    boneco não tem vida,
    exceto o do Gepeto.

    Todos os dias seja Lazaro,
    Levanta, e mesmo zumbizando,
    anda!

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