Na noite catártica do grito da alma ferida,
Energia afasta e expele fungos mágicos!
Monólogos de dois noturnos famélicos,
Esvai a represa de angústia sentida.
Representantes díspares outrora conjugados
Assistem passiva e ativamente o final.
Planos e sonhos sordidamente destituídos
Relacionamento julgado e condenado a tal.
Dir-se-ia que todo fim é triste
Que se não tentou compreender o outro.
Dir-se-ia que a impermanência existe
Que surpresas são comuns sem lastro.
Serve a quem o desperdício do rumo?
Seguir a vida separados quando se acreditou...
Soçobra o luto em roto prumo,
Cadáveres sem tumba e acabou.
Na noite em que nos deixamos
Muito e pouco acontece inerte.
No dia em que acordei logrado à própria sorte
Muito e pouco despertamos.
Adeus!
Cristiano Melo, 07 de Março de 2009.