Talentos ocultos pela mansa fala,
Verniz que retine o lúgubre pensar,
Realidade e fantasia se misturam.
A interlocução do fantástico
Ao cotidiano ludibria os menos atentos.
Mistura-se fácil à multidão,
Imperceptível.
Faz-se bruma onde espessa é a água,
Faz-se espesso no líquido sorrateiro.
Hipnotismo intencional ao ser vital,
Do seu interesse não emocional.
Extirpa o coração e não o devora,
Seu verdadeiro infante troféu.
Jazigos o acompanham, inertes.
Morte, morte e morte...
A cor de seus olhos brilha em um opaco cinza,
Como os do anjo soturno, sem brilho.
Dir-se-ia que se tornou predador,
Pela sua Jocasta, castradora e dominadora.
Dir-se-ia que suas vítimas
Portam a máscara de sua mãe.
Laços desenlaçados com o Outro,
Para o seu próprio deleite,
Nasce um sociopata.
Cristiano Melo, 22 de Fevereiro de 2009.
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