terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Encanto e Armadilha

Talentos ocultos pela mansa fala,
Verniz que retine o lúgubre pensar,
Realidade e fantasia se misturam.

A interlocução do fantástico
Ao cotidiano ludibria os menos atentos.

Mistura-se fácil à multidão,
Imperceptível.

Faz-se bruma onde espessa é a água,
Faz-se espesso no líquido sorrateiro.

Hipnotismo intencional ao ser vital,
Do seu interesse não emocional.

Extirpa o coração e não o devora,
Seu verdadeiro infante troféu.

Jazigos o acompanham, inertes.
Morte, morte e morte...

A cor de seus olhos brilha em um opaco cinza,
Como os do anjo soturno, sem brilho.

Dir-se-ia que se tornou predador,
Pela sua Jocasta, castradora e dominadora.

Dir-se-ia que suas vítimas
Portam a máscara de sua mãe.

Laços desenlaçados com o Outro,
Para o seu próprio deleite,
Nasce um sociopata.


Cristiano Melo, 22 de Fevereiro de 2009.

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