Vago pelo apartamento vazio
Feito alma penada
Com pesos acorrentados aos pés
Nus de um homem sem carne.
Desde que partiste,
A mobília ainda paira ao ar
Descompassos nos passos levitados
De alma penada.
Já fui um ser, sabes?
Já andei pelo chão,
Com a mobília no lugar.
E tudo o mais que segue.
Hoje recebo flores de papelão
Feitas por duendes disformes,
Meus únicos companheiros,
Que me oferecem comida envenenada.
Já fui um homem com carne e osso,
Já tive amores e dissabores,
Já ardi de paixão e raiva
Todos aqueles sentimentos.
Hoje não passo desta forma amorfa
Assombrando o apartamento
Que um dia foi nosso
E hoje é o meu caixão.
Cristiano Melo, 25 de Fevereiro de 2009.
Vazio nada! O apartamento está cheio de uma ausência necessária para que novas presenças se instalem.
ResponderExcluirXôoooooo
Xõôooooooo, vaza!!!!
ResponderExcluirE uanto a novas presenças só as ods amores de meus queridos amigos.
beijos
Olá Cristiano:
ResponderExcluirBela poesia... Você escreve muito bem... Belo estilo. Despretensioso e simples como deve ser a poesia!
Abraço, bom final de semana