Nos olhos negros que me fitam,
Sem órbita,
Só íris escura e uma boca escancarada
Penso ser, ter um quê de humano
Penso? Então talvez seja mesmo humano,
Como talvez sejam humanas estas patas que tomam o lugar de mãos
Ou ainda estas felpudas cochas no lugar de pernas.
Chifres brotam de minha face,
Chego a não ter mais dúvidas kafkianas,
Sou um animal, não humano,
Mas pensante!
Soçobram pensamentos,
Um pouco de sentimento
Mas não sou o mesmo no espelho
Sou garras e chifres,
Dos negros olhos que me fitam.
Cristiano Melo, 25 de Fevereiro de 2009.
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