quarta-feira, 31 de agosto de 2011

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Na seca do certo
Deixa o vento levar
O melhor da água




terça-feira, 30 de agosto de 2011

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Real interesse
Quebra silêncios na seca
Demora a chover


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Hora, oras


Já é chegada a hora
De a gente ir embora
Do que já poderia ser
E o que já se foi e não é.

Já fomos, mas não somos
Mais o que seremos
Assim já é hora
De deixar ir embora.

Não temos mais o que éramos
Somos outros apesar de mesmos
Em caminhos separados
Sem olhar para os lados.

Deixe-me ir
Como te deixo
Já tivemos nossa hora
Oras, vamos agora.

Ir embora do que foi
Deixar o novo entrar
Separar já não dói
Apenas vamos embora, sós.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Nuvem escondida
Libera logo esta gota
Umidade zero




terça-feira, 23 de agosto de 2011

*Encantamento





Poderia não te ver
Observar-te apenas
Pela realidade dura
De meu julgamento vil.

Como encanto te perder
Ainda que sem as pernas
De uma paixão bela e pura
Com a ótica de um funil.

Apegar-me a uma parte
Que me mostraste de pronto;
Seria deixar a sorte
Jogada, só, a um canto.

Não quero mais este ser
Um engessado mecenas
Morto em sua própria agrura
Mais uma vez ignóbil.

Vejo-te além das partes
Não pudicas, meliantes;
Além do olhar apertado
Em meu peito registrado.

Ah, Estou encantado!


* Poema a ser integrado à Métrica do meu novo livro "Da métrica ao caos" pela Editora Novitas. Aguardem!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quando não se...




Quando não se entende
Jamais já é nunca
Sol derrete a Lua
Monte vai ao vento...

Quando não se estende
Mão alguma branca
Marte e Vênus nua
Monte foi com o tempo...

Quando não se atende
Muda a rosa fica
Mercúrio na sua
Monte borra lento...

Quando não se sente
Passa a vez da tranca
Netuno na rua
Monte quebra dentro...

Quando não se mente
Finda a sina manca
Saturno em suma
Monte some ao centro.

sábado, 13 de agosto de 2011

A Matilh@





Poema dedicado à Matilh@




Ao intentar não trazer
Agruras para a sorte
Aos amigos de distante
E próximo amanhecer

Fez-me tarde perceber
O quão inoportuna
Foi a escolha gatuna
Sumir para proteger.

O sol veio e não soube nadar
Por inépcia ou infeliz falta
Deixei preocupada a malta
A quem não queria atormentar.

Por medo de naufragar
Levando restos do sonhar,
Pulei ao bote, antes não salvar!
Foi pior, tudo afundou até velar.
______________________________

Por escolha infeliz
Pulei da nau para poupá-la:
Afoguei-me e ela afundou...
______________________________

Perdoem-me,
Sou apenas mais um
Só mais um ser
Que tenta
Sim, tenta
Ser
Tenta
Amar
Tenta
Alegrar
Tenta
Não causar danos
E tudo o mais que segue...

Embora, tenha ido em má hora
Melhor teria sido
Não me ter ido
Perdão!





sexta-feira, 12 de agosto de 2011

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Nas árvores baixas
Leoa de olho na cria
Brincam amarelas

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Anjo*

Hesíodo


Anjo,
Suas asas abanam pestes,
Silenciam agruras
Do passado recente,
Presente!

Aparição fugaz,
Asa branca
Celestial.

Sorriso aberto,
Céu da boca estrelado,
Palavras de brilhante,
Beijo suave
Angelical.

Encanta-me em teu voo
Ao meu redor,
Ave de rapina
Que fui.

Paixão,
Rio revolto,
Caminho sem garantias,
Acompanhado.

Pecado?
Felicidade?
Sorte?
Azar?

Anjo, anjo
Espanta para longe 
Essas dúvidas
Que são nossas.

Serei seu anjo
Enquanto o sonho não vem!

E a noite nos embala
Ao som de mil trompetes:
Gritos e urros,
Suor e sorrisos,
De uma asa à outra.

Anjos caídos, 
Entregues,
Sorridentes,
Querubins apaixonados.


*Poema em versos brancos integrante do livro " Da métrica ao caos" a ser publicado e lançado em breve pela Editora Novitas

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cortejo*




Citar belezas ditas em cortejo
Fixar olhares de desencontrados
Dedicar mocorós adocicados
Suspirar queimadas de sertanejo.

Afagar a mão na faceta crespa
Beijar a boca com a boca tesa
Seduzir gotas de suor em festa
Somando doces à leveza honesta.

Seria quase fácil tal feitio
Se este a que vos estende teso o verbo
Não quisesse que não fosse soberbo.

Em sua fantasia mais cortês
O cortejo há de ser feito plantio
Sem rosas falsas num talo burguês.


*soneto integrante do livro " Da métrica ao caos" a ser publicado e lançado em breve pela Editora Novitas

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Na cama desfeita
Dei volta completa ao mundo
Seca e frio batem






segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Medo de voar


O pacote vem completo
Fardo carregado em si
Mais do mesmo, muda o jeito?
Farto de olhar para além dali.

Imutável no ensaiar
Quer ser borboleta livre
Preso fica sem mudar
Lagarta, sim, pois não sofre.

O acaso tenta ajudar
Demover da folha torta
Aponta até para a porta
Cala o medo de mudar.

Poderia assim voar
Já com asas que quisera
Nos dias de sol afora...
Faltou o seu próprio sonhar.

sábado, 6 de agosto de 2011

Doce atração




Ser saído da casca,
Trincada e rachada,
Tem seu coração.

Começo da casca,
Caminho no nada
Para tua mão.

O que lhe é tangível,
Por si invisível,
Cora a solidão.

Dois seres, possível,
Ir para a infalível
Doce relação.



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