Café, barbitúricos, cachaça e nada me abate ao sono,
Farofa, frango frito, costela assada,
Nada preenche o buraco na barriga.
E as olheiras criam um ser disforme no espelho.
O mundo em alta velocidade consome voraz
Quem não consegue acompanhar se frustra
Estamos em meio a uma revolução
De redes, interatividade e comunicação.
O ser humano é desta monta capaz?
De focar em si e não em bruta fruta?
Sinto-me perdido, atordoado, dormindo acordado
A mudança radical de informação
Não me deixa confortável nem atento
São dispersões e mais dispersões...
Saudades do meu tempo de criança
Ao brincar com meus primos
Na fazenda da bisa, sem telefones
Ou outro meio de comunicação
Apenas o burburinho das brincadeiras de roda
De pega-pega, esconde-esconde, conversas
Diretas, não virtuais, reais e com afeto
Talvez eu seja mesmo um pessimista.
Estraçalho o peito
O coração ainda está lá.
Mas não encontro mais minha alma
Que fugiu de mim para além píncaros.
Cristiano Melo, 21 de Abril de 2009.
Farofa, frango frito, costela assada,
Nada preenche o buraco na barriga.
E as olheiras criam um ser disforme no espelho.
O mundo em alta velocidade consome voraz
Quem não consegue acompanhar se frustra
Estamos em meio a uma revolução
De redes, interatividade e comunicação.
O ser humano é desta monta capaz?
De focar em si e não em bruta fruta?
Sinto-me perdido, atordoado, dormindo acordado
A mudança radical de informação
Não me deixa confortável nem atento
São dispersões e mais dispersões...
Saudades do meu tempo de criança
Ao brincar com meus primos
Na fazenda da bisa, sem telefones
Ou outro meio de comunicação
Apenas o burburinho das brincadeiras de roda
De pega-pega, esconde-esconde, conversas
Diretas, não virtuais, reais e com afeto
Talvez eu seja mesmo um pessimista.
Estraçalho o peito
O coração ainda está lá.
Mas não encontro mais minha alma
Que fugiu de mim para além píncaros.
Cristiano Melo, 21 de Abril de 2009.
Tantas vezes me sinto assim, Cris. Talvez seja um mal da nossa geração. Talvez todas as gerações tenham sentido isto. Quem sabe.
ResponderExcluirMas o dia sempre amanhece e a alma... renasce.
beijo.
vivo todos os dias, invariavelmente este "sufoco" absurdo desse tempos apocalípticos que nos impregnam como betume de asfalto...
ResponderExcluirEssas saudades todas de outros tempos aqueles em que o ar pesava menos, e a vida valia mais, ainda são portos seguros da lembrança, que nos insuflam à vida, a persistir nela, como se um dia ainda fosse retornar à eles...
Nossa !...como me tocou, Poeta !
"Hic et nunc", nem sabe como...
( ah !...o ser humano, humano de verdade, não é capaz não...no way out...)
abraço, amigo !...MUITO BOM, pra lá de...
Joe
Nydia,
ResponderExcluirnão sei, como vc, se é um "mal" de nossa geração, mas é fato que os meios de comunicação deram um "boom" de um jeito nunca visto, as mudanças sociais já começam a ser sentidas, quando uma criança não vai pra rua, e fica no computador, dá a impressão que eles foram desligados do cordão umbilical e reconectados na rede web logo instantaneamente...Não que a web seja ruim ou boa, mas é um fato, vivemos num momento revolucionário da comunicação, recuperação e fluxo de informações... E hoje, não sei onde fica o humano nessa estória...Bem, mas que, como vc mesma escreveu, que num renascer, a alma se renove.
Obrigado
beijos
Hey Joe,
ResponderExcluirMuito bom vê-lo por aqui.
Este sufoco a que vc se refere, acho que todos nós passamos todos os dias, é claro que no seu caso um "pouquinho" a mais...rs
Mas não é de se pensar mesmo?
Gostei do que vc comentou da lembrança, de como se pudéssemos voltar...Pois é, mas talvez, precisemos de "safe places" em nós que nos dê condições de respirar o ar mais leve, qdo tudo está muito carregado. E são impregnações de informações e informações. Pessoas curiosas como nós, adentramos nisto e absorvemos como esponjas, e não vai parar ou equilibrar, só tenderá a ficar mais lancinante, em velocidade e conteúdo... E então?
O que fazer?
Acompanhar, por achar que caso contrário estaremos fora de "algo"? Ou buscar um equilíbrio em que tenhamos nossa vida real assegurada?
Agradeço seu comentário e um forte abraço amigão
Meu querido Cristiano: pensei também em você nesses dias em que o nosso cerrado está em festa. Saiba, meu querido, que a tua presença é que faz o cerrado ser também leve e será sempre enquanto houver poesia. Grata pela visita. Bjos, Grauninha
ResponderExcluirGrauninha,
ResponderExcluirnós em nossos locus, levamos um pouco de poesia aos outros. Em festa ou em não festa.
Brasília fez 49 anos de idade, eu tenho 36, e o cerrado milhões de anos(?)...Precisamos preservar nosso meio ambiente, a rede web pode ser e é uma ferramenta nesse sentido, mas infelizmente pode ser utilizada para fins outros que só dificultam nosso trabalho. Bem, continuemos sempre em frente.
Obrigado minha querida
beijos
Ah, mas tá que a clama, o passar do tempo p´rprio da natureza - nesse dia da natureza, da terra, do planeta - é imprescindível..porém somos filhos deste tempo. Vc jamais viveria sem tudo isso, Cristiano.
ResponderExcluirSaudades...saudades mas desde que seu plug - in esteja garantido. Vai pro meio do mato! Sem seu lépitope, sua altatecnologia de mergulho...vai lá! rsrs