terça-feira, 9 de junho de 2009

Sobre o Amor



Das partes que me constroem
O amor é o que mais me confunde.

Fala-se tanto,
Escreve-se muito.

Não consigo encontrar seu significado
Nem em fala, nem em escrita, em qualquer lado.

Mergulhei ao fundo do mar,
Viajei ao fim do mundo,
Escalei os Andes,
Penetrei na Amazônia.

Nada!

Conversei com indígenas,
Absorvi conhecimento acadêmico,
Encontrei a terapia,
Esbaldei-me no empirismo.

Nada!

Fui ao passado, presente e futuro...
Questionei oráculos e líderes comunitários.

Todos sabiam o que era o amor,
Mas não me encontrei nesses significados.

Amor, define-se como um sentimento?
Amor, metáfora de uma batida de coração?
Amor, realidade fantasiosa de poemas piegas?
Amor, objeto de busca incessante no outro?

Sabor de que existem então diversos
Não há um amor
Talvez sim amores
Em mim, nada, ou tudo!

Cristiano Melo, 09 de Junho de 2009.

6 comentários:

  1. "Das partes que me constroem
    O amor é o que mais me confunde."
    Que achado, Cris!!! Por sí só, um poema.
    Pra ser guardado...
    beijoo

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  2. Cris o amor existe em muitas formas, até vc procurando conhecimentos, até viajando, voce está amando e se amando...mas o outro? esse tão indefinível que chega e às vezes explode coação, mas você fica com seus proprios pedaços defifrando e ' definhando o porque?

    Amor é vibração, cheiro, comunhão, estranheza de pensamentos também...é um vale tudo, que as vezes vira nada...ou não...Amor tem tempo, é uma pena...e aí temos que trabalhar com o esquecimento...

    bom questionamento

    bjinho

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  3. Talvez, meu amigo, a viagem
    Aliás, a longa viagem ,
    termine dentro de voce
    Ou até ... junto de ti
    Belíssimo poema !

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Cristiano,
    Tudo muito bom, tudo muito bem. Gostei do que Nydia destacou. Mas, só pra vc e eu lembrarmos: No Fedro de Platão, Lísias e Sócrates advertem : o amante é insuportável (pelo peso) ao amado. E Barthes comenta: o amante se dá conta, bruscamente, que sufoca o amado numa rede de tiranias: ele se sente passar de miserável a monstruoso. O discurso amoroso sufoca o amado. Não encontra lugar algum pra sua própria fala maciça.

    O amante avança cego obtuso. E esmaga o amado dizendo, mais ou menos, minha fala faz de mim um monstro, uma língua enorme, diforme.

    E eu, Bea -Compulsão assino embaixo e lembro do que acabei de aprender com Henry Miller a papavra monstro vem do latim moneo que quer dizer ADVERTIR

    Baci

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  6. O amor não é engraçado, é cruel, o prazer está na busca. Ao encontrá-lo, mesmo sem defini-lo por ser inútil e utópico, vem o sossego.
    O amor tem duas utilidades: nos fazer feliz e nos deixar loucos à sua procura. Como recompensa, nos dá poesia.

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