Céu azul de nuvens brancas,
Folhas caídas removidas ao vento,
Silêncio na rua e estrada.
Ar rarefeito e entorpecente,
Fagulhas que aguardam o fogaréu
Paralelepípedos sabiamente inertes.
O momento certo para ser o que se é
Mostrar ao mundo sua verdadeira face
Junto aos elementos terrestres.
É chegada a hora, camarada
De soltar fogos ao céu,
Sem a sapiência das pedras.
É chegada a hora, desvairada
De atear fogo ao seu mundo
E dele viver de cinzas.
Cristiano Melo, 23 de Julho de 2010
Fiz um poema ontem sobre a noite seca, Cristiano. Posso imaginar o céu de Brasilia - embora este ar rarefeito esteja mesmo é dentro de nós... Bom te ler. Beijos
ResponderExcluirMano, este seu poema sobre a natureza cinzenta me lembra um texto escrito por Charles Chaplin que imagino que você conheça, mas aqui transcrevo para sua lembrança:
ResponderExcluir"Já perdoei erros quase imperdoáveis... tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis! Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém! Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui eterno, mas também já fui amado e não amei! Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas... "quebrei a cara" muitas vezes! Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só pra escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida. Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante." ( Charles Chaplin ).
Forte abraço,
Inácio.
Ops... acabei dando um rápido demais e não finalizando o comentário como deveria. Na realidade parece que existem controvérsias sobre a autoria do texto... se é uma adaptação de Chaplin ou não... mas independente do autor achei que as palavras se encaixariam.
ResponderExcluirAbraço.
Nydia,
ResponderExcluirQue bom vê-la novamente aqui no "Braços Abertos".
Sim, a natureza cinzenta, ou que cor seja, está dentro de nós, nossa essencia.
beijos e obrigado
Grande mano Inácio,
ResponderExcluirVê-lo ler meu blog me enche de alegria.
Acredito que o texto seja de Chaplin mesmo, um gênio em letras num cinema mudo, e talvez possamos pegar por aí a sua recordação para aludir ao poema, a comunicação existe de diversas maneiras em formatos os mais variados. Nesse sentido, o interior chega ao exterior e comunica, mostrando a essencia da mensagem. Se está alegre, seus olhos falam, se o contrário, a orelha murcha, daí a natureza cinzenta, das cinzas pode emergir uma fênix, ou simplesmente continuar a ser uma massa cinzenta, depende da essencia do ser.
Aquele abraço!
Seja sempre bem-vindo e mais uma vez obrigado
Gostei de te reencontrar, Cristiano.
ResponderExcluirSeu poema é um espelho da crise de identidade que todos passamos. Quem somos? Como encontrar a verdadeira face, nossa e do mundo?
Um grande abraço.
Grande poeta Brandão,
ResponderExcluira mim é uma honra vê-lo neste espaço mais uma vez. Retorno mesmo à minha escrita como antes.
Nossa identidade é relativa em nossa interação com o mundo? Ou existe uma própria, essência? ou ainda, a miscelânea das duas?
Acho que o caminho da vida nos leva a decifrar tal tema.
um grande abraço