sexta-feira, 30 de julho de 2010

Morte

(Interior da Roda da Vida, tanka do budismo tibetano: a serpente, o galo e o porco simbolizando
desejo, falta de controle de si e ignorancia, dando movimento ao ciclo)
 








Desde a fecundação estamos mais próximos da morte.
O medo acompanha o ser desde seus primórdios,
Não há o que fazer da biológica sorte
Alguns sábios a gozam sem remédios.

Há mortes em vida, da mãe que perde sua cria,
Da violenta consciência da ilusão,
Do calvário exposto da mazela social,
Da falta de solidariedade de um beco fraterno.

O ciclo já é fechado em circuito
Nasce e morre, a despeito de seu medo
E angústia, pressão que aumenta sem intuito.

Impressão dissolvida da alma no feudo
Tempo impassível a descolorir o morto,
Jaz a morte para um recomeço estrelado.

Cristiano Melo, 30 de Julho de 2010.

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