sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
The Bird
I saw a big world like Earth
I dreamed of this moment
when a bird reminded me
how the world is so small
waking saw the same bird, the first
to open more eyes, it was a torment
I realized I was flying and people looked at me
woke up by myself, like the world is small
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Bolhas de sabão
Bolhas de sabão soltas ao relento
Afinam e estouram no rumo aos céus,
Mirra antes de voar, é um desatento,
Medusas de esvoaçantes e tênues véus.
Arco-íris refletido na sua face,
Ar contido na esfera interior,
Fragilidade estável permanece
Da simples formação exterior.
Sinto-me como uma pequena bolha,
Feito de fantasia, sonho e sabão,
Criado na vida à espera da rolha.
Quando se pisoteia um coração
Papouca-se o desejo sem escolha:
As bolhas de sabão caem ao chão.
Afinam e estouram no rumo aos céus,
Mirra antes de voar, é um desatento,
Medusas de esvoaçantes e tênues véus.
Arco-íris refletido na sua face,
Ar contido na esfera interior,
Fragilidade estável permanece
Da simples formação exterior.
Sinto-me como uma pequena bolha,
Feito de fantasia, sonho e sabão,
Criado na vida à espera da rolha.
Quando se pisoteia um coração
Papouca-se o desejo sem escolha:
As bolhas de sabão caem ao chão.
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sábado, 25 de dezembro de 2010
Haicai em homenagem às minhas amigas com o nome de Cris, com ou sem H.
As crises alegres
Anjos cheios de desejos
Dançam pelos ares
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terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Nós dois
Se em nós crava a dourada e rica aldrava
Deslocada em balanços fortes de ímpeto
A porta que separa une roto
O traço do tom roxo da escrava.
Exposta e escancarada lá estava
A Caixa de Pandora aberta, fato
Permite o ser amar em veloz jato
Palavra besuntada encorajava...
Deslocada em balanços fortes de ímpeto
A porta que separa une roto
O traço do tom roxo da escrava.
Exposta e escancarada lá estava
A Caixa de Pandora aberta, fato
Permite o ser amar em veloz jato
Palavra besuntada encorajava...
De tal feita te afundas em meu peito,
Alvissara-te, ó beleza crente,
Hiberna-te acordada em meu ser feito.
Esbaldo-me em ter-te ávido e farto
Amemo-nos em nossa bela sorte!
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Poema de Natal - 2010
ELES QUEREM ENTRAR
Este poema sofreu algumas alterações, quando da sua primeira publicação.
Lojas fartas,
Pessoas frenéticas,
Tudo limpo, engomado.
E você não está ao meu lado
Diz-se momento de perdoar,
De pensamentos positivos, confraternizar,
Mas você onde está?
Menti sim,
Embora sem querer,
Que não sou tão radical,
Mas o que é isso afinal?
Queria dizer que estou com saudade!
Queria ir pra sua cidade, beijar-lhe,
Dar carinho...
Mas é Natal,
Momento de perdão
De sei-lá-o-quê
Que me embriaga.
Afinal, o que vivemos?
A vida da gente,
Ou a vida que todos vivem?
O que é isso?
Natal,
Papai Noel,
O que é isso?
Eu não sei, não compreendo!
Até quando criança ficava confuso.
O que é isso?
Apesar do gosto do pêssego na farofa,
Do salpicão de frango,
Da tia Bêbada esfregando os peitos,
Das crianças no mesmo estado.
Você não está do meu lado!
O que é isso?
Se isso é o que chamam de Natal:
Eu não gosto, não gosto e vomito!
A cabeça doi,
Tudo não muda
E o nada tampouco
Nem a porra do Natal!
Que insiste em existir,
Na cabecinha de todos os desmiolados
Que dizem ser momento de perdoar!
Perdoar o quê?
Quem?
Não era nascimento?
Mas agora é perdoar!
Que saco!
Sem você ao meu lado.
Que deve estar ao lado daquele idiota de Papai Noel.
Aquele velho barbudo,
Vestido de vermelho.
Velho,
Barba,
Que nojo.
E eu?
O que é isso?
Momento de perdão!
Eu não quero perdoar ninguém
Nem o Natal.
Nem o símbolo nórdico da folha do Canadá
Nem lá,
Nem aqui.
Quem sou eu mesmo?
Não sei o que é Natal
Não sei do que falam...
Sou de fora?
Existem outros além de mim?
E quer saber?
Vou parar com perguntas
Pois o dia é de perdão
E não de indagação!
Assim eu não pergunto
Onde você está
Que não está do meu lado.
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domingo, 12 de dezembro de 2010
Ardilosas paqueras
Fotografia de Alex Melo - todos os direitos reservados
Se promessas te cobrem, ser gratuito;
Gestos enlaçam teus sonhos mais ardis;
Olhos esbugalhados em ti, farto.
Gracejos camaradas de perdiz!
Esperança zaróia da moleza,
Vais ao cadafalso umas dez mil vezes,
Masmorra sem janelas nem beleza,
Ziguezaguear pelas fortes vozes.
Melhor atentar contra si, seu bruto,
Esfolar tua pele no farpado,
Varal de sonhos vãos, seu pobre puto.
Que esvaecer teu córtex desmiolado.
Arranca-te teus olhos, língua e tato;
Não viva, morra bem antes do dardo.
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Lançamento do livro "CULPA DE MÃE" de Vanessa Anacleto
Caros leitores,
Abro espaço aqui para divulgar o lançamento do livro da escritora Vanessa Anacleto do Fio de Ariadne. A seguir reproduzo parte da resenha do livro:
Culpa de mãe
Culpa, culpa, culpa. Quando uma criança nasce, junto traz este sentimento de presente para a mãe. E nós sabemos que carregaremos a tal da culpa muitas vezes em nossas vidas. Melhor acostumar, aprender a lidar com ela. São vários os motivos que desencadeiam a culpa. O dilema maternidade x trabalho é campeão. Basta desejarmos ter filhos.
Assim que eles nos chegam, embrulhados em nossos maiores sonhos, acordamos para a realidade a nos lembrar que fazemos parte de uma sociedade bem diferente daquela em que nossas avós viveram. A maioria de nós precisa trabalhar em uma atividade remunerada, muito mais pela remuneração do que pela atividade em si. Mas precisamos trabalhar por realização pessoal também, o que, é claro, não constitui crime algum, pelo contrário e , acima de tudo, amamos nossos filhos, esses pequenos grandes seres que dão uma nova dimensão às nossas vidas.
Assim que eles nos chegam, embrulhados em nossos maiores sonhos, acordamos para a realidade a nos lembrar que fazemos parte de uma sociedade bem diferente daquela em que nossas avós viveram. A maioria de nós precisa trabalhar em uma atividade remunerada, muito mais pela remuneração do que pela atividade em si. Mas precisamos trabalhar por realização pessoal também, o que, é claro, não constitui crime algum, pelo contrário e , acima de tudo, amamos nossos filhos, esses pequenos grandes seres que dão uma nova dimensão às nossas vidas.
Queremos estar com nossos filhos. Ver seus primeiros passos, ouvir o som divino das primeiras palavras balbuciadas. Queremos conhecer seus primeiros problemas e saber de suas vitórias . Queremos estar lá sem deixar de sermos nós mesmas. Queremos ser mães. Alguma coisa contra?
Fernanda, a personagem principal de Culpa de mãe, deseja apenas ser mãe de seu bebê. Faltando poucos dias para o término da licença maternidade, a a nova mãe descobre que não quer deixar a filha apesar de ser muito feliz profissionalmente. A partir de então, inicia uma busca pela solução do seu dilema. Uma solução pessoal e intransferível.
Para saber mais e ler o primeiro capítulo, visite http://www.culpademae. blogspot.com
Para comprar o livro acesse http://www. clubedeautores.com.br/book/ 34719--Culpa_de_Mae
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Dias de hoje
Nunca postei nenhum vídeo que eu não houvesse produzido, mas esse merece especial atenção, pois traz reflexôes profundas, explícitas e implícitas do modelo de nossa sociedade. Assistam ao vídeo "Doll Face" por Andrew Thomas Huang e leiam o soneto abaixo:
Cabelos de poliéster são plantados
Cabeludo careca não aceita
Realidade e presente amofinados:
Calvície de homem a presa espanta.
Pílulas murcham ventres, adipócitos
Espúria na batalha em quem enfeita
Máscara fustigada de propósitos
Fugir da idade com a alma desdita.
Estufa partes sãs com silicone,
Encolhe outras ficando um ser doente,
Consolida a demência num ciclone.
Aceitar-se não é opção mormente.
Viver na fantasia de seu clone:
Produto sai da fábrica, demente.
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
As Vozes do Silêncio
Para ouvir ao som de Ben Harper:
Silêncio tagarela pelo olho
A pressa busca a rima desse encontro.
Cortejo mudo sem pressa e caolho
Ironia: calado desencontro.
O fator tempo assola a falação
Desejo de conversa em verso e prosa
Traz o suspiro roto, tentação.
Seja belo o momento, como a rosa!
Faz-se pétalas de sílabas brancas,
No jardim da vaidosa torre marfim,
Por onde fantasias brincam mancas.
Do silêncio que não cala, enfim,
Aos olhos que sofregam flores brancas
E a pressa que relaxa cá em mim.
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sábado, 4 de dezembro de 2010
Revista Cultural Novitas
Saiu a Oitava edição da Revista Cultural Novitas, com a novidade de ser possível realizar a sua assinatura para recebê-la no conforto da sua casa, basta para isto entrar em contato com seus editores por meio de seu site www.editoranovitas.com.br
PARTE INTEGRANTE DA REVISTA
16 revista cultural novitas n‘ 8 – novembro/dezembro de 2010
Leia no banheiro!
Pedagoga, editora e escritora
Fiz uma pesquisa rápida no blog da Editora e sessenta e quatro pessoas
responderam. É um número pequeno, levando-se em consideração a quantidade de leitores usuais do blog. Mas eu precisava de resultados da pesquisa para fazer este texto e pelo sim, pelo não, aí vai...
Pegando esse gancho da pesquisa, faço aqui considerações gerais: Perguntei se as pessoas compravam livros de autores novos, como as pessoas costumavam comprar livros, se liam e-book, quanto investiam por mês e qual leitura preferiam.
Para minha surpresa, a maioria esmagadora respondeu que comprava livros de autores novos. Livrarias físicas, sites e portais literários empataram na compra por livros. A maioria das pessoas não lê e-book, grande parte investe mais de R$ 45,00 por mês em livros e uma pequena parcela dos entrevistados lê poesia, sendo que a maioria prefere os outros gêneros literários – entre eles livros técnicos.
Alguma novidade até aqui? Penso que não, pois boa parte das pessoas que conheço em papos sobre livros pensam dessa maneira. A diferença é que todos que conheço fazem a leitura de poesias...
Vendo o resultado dessa pesquisa rápida, creio que declararam gostar de poesia porque me conhecem e sabem que escrevo poesia. Será? Deve bater aquele constrangimento na hora que falo que escrevo poesia e pergunto se a pessoa lê algo. As respostas são sempre muito parecidas: “Leio, sim! Li mês passado um livro lindo da Clarice, vou ler semana que vem um do Mario Quintana.”
Umas das respostas mais sinceras que recebi sobre a pergunta que faço com frequência (Você lê poesia?), foi a da secretária de minha ginecologista. Ela perguntou o que era poesia... Assim na cara! Penso que quando a gente trabalha com educação não se espanta tanto com as perguntas, logo levei um livro meu de presente e ela comentou: “Ah, poesia é isso? Livro bom de ler no banheiro!” Emendei: “É mesmo!”, pois não existe nada melhor que ter leitura boa no banheiro. Quem nunca leu uma embalagem de pasta de dente? Ou o verso do shampoo por falta de leitura boa?
Poesia é livro de banheiro, de bolsa, de cabeceira, de fila em banco, de sala de espera em médico. Por sinal, eu gostaria que as salas de espera dos médicos tivessem livros de poesias invés das revistas que nos ensinam em 100 passos a ser mais bonita ou sexy.
Sou leitora de poesias! Leio Hilda Hist, Álisson da Hora, Augusto dos Anjos, David Nobrega, Mario Quintana, Lú Cavichioli, Monica Saraiva, Camila Passatuto, Van Luchiari, Emily Dickinson, Cristiano Melo, Flávia Braun, Caroline Freitas, Florbela Espanca, Andrea Lucia Barros, Drummond e mais uma montanha de vivos e mortos, sejam eles em blogs que tenho prazer em seguir ou em livros adquiridos e que estão presentes no meu dia a dia, me presenteando com poesia de ótima qualidade!
A pesquisa mostrou, por enquanto, que poesia é lida por poucos. Talvez a poesia tenha-se reduzido à pressa, aos cento e quarenta caracteres ou mesmo a dois ou três poetas já finados.
Alguns devem achar difícil de entender... Quem sabe, por não saber que poesia carece de explicação ou entendimento. Não precisa ser doutor ou mesmo professor para ler, pode ser
entretenimento e – por quê não? –, leitura de sala de espera e de banheiro.
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Viagens Tortas
Fadas e gnomos dançam à fogueira
Chá quente: cogumelo com zabumba.
Demônios e arcanjos sobre a tumba
Percepção alterada e derradeira.
Desenhos animados coloridos,
Cigarro de maconha bem malhada.
Trismo muscular em dentes moídos,
Pó branco na narina que é sangrada.
Viagens que levam de um certo lugar
Para outro, que não será o mesmo.
Alucinações de mente a viajar.
Chá quente: cogumelo com zabumba.
Demônios e arcanjos sobre a tumba
Percepção alterada e derradeira.
Desenhos animados coloridos,
Cigarro de maconha bem malhada.
Trismo muscular em dentes moídos,
Pó branco na narina que é sangrada.
Viagens que levam de um certo lugar
Para outro, que não será o mesmo.
Alucinações de mente a viajar.
Tem-se aí a violência dita a esmo,
Vida que não se afeta no jantar!
Indiferente, o viajante é o mesmo.
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