ELES QUEREM ENTRAR
Este poema sofreu algumas alterações, quando da sua primeira publicação.
Lojas fartas,
Pessoas frenéticas,
Tudo limpo, engomado.
E você não está ao meu lado
Diz-se momento de perdoar,
De pensamentos positivos, confraternizar,
Mas você onde está?
Menti sim,
Embora sem querer,
Que não sou tão radical,
Mas o que é isso afinal?
Queria dizer que estou com saudade!
Queria ir pra sua cidade, beijar-lhe,
Dar carinho...
Mas é Natal,
Momento de perdão
De sei-lá-o-quê
Que me embriaga.
Afinal, o que vivemos?
A vida da gente,
Ou a vida que todos vivem?
O que é isso?
Natal,
Papai Noel,
O que é isso?
Eu não sei, não compreendo!
Até quando criança ficava confuso.
O que é isso?
Apesar do gosto do pêssego na farofa,
Do salpicão de frango,
Da tia Bêbada esfregando os peitos,
Das crianças no mesmo estado.
Você não está do meu lado!
O que é isso?
Se isso é o que chamam de Natal:
Eu não gosto, não gosto e vomito!
A cabeça doi,
Tudo não muda
E o nada tampouco
Nem a porra do Natal!
Que insiste em existir,
Na cabecinha de todos os desmiolados
Que dizem ser momento de perdoar!
Perdoar o quê?
Quem?
Não era nascimento?
Mas agora é perdoar!
Que saco!
Sem você ao meu lado.
Que deve estar ao lado daquele idiota de Papai Noel.
Aquele velho barbudo,
Vestido de vermelho.
Velho,
Barba,
Que nojo.
E eu?
O que é isso?
Momento de perdão!
Eu não quero perdoar ninguém
Nem o Natal.
Nem o símbolo nórdico da folha do Canadá
Nem lá,
Nem aqui.
Quem sou eu mesmo?
Não sei o que é Natal
Não sei do que falam...
Sou de fora?
Existem outros além de mim?
E quer saber?
Vou parar com perguntas
Pois o dia é de perdão
E não de indagação!
Assim eu não pergunto
Onde você está
Que não está do meu lado.
Cris, fiquei quase sem palavras (ou não escreveria o que vem a seguir, né? rs)... acho que todo mundo já se sentiu assim em algum Natal sem confessar. Eu confesso! E amodorei!
ResponderExcluirBeijos
O Natal e todas as coisas boas que ele nos leva a refletir está, infelizmente, substituído por objetos na vitrine... o que é realmente o advento?
ResponderExcluirabç
Betha
Sua criança está triste! Ao invés de tentar entender os outros ou perdoar os outros, olhe para a sua criança que está magoada há muitos Natais, cuide dela e o seu Natal vai ser feliz como nunca foi! Beijo enorme pra vc poeta.
ResponderExcluirCristiano, meu querido
ResponderExcluirO 'Cova do Urso' vai entrar de férias hoje, mas antes, vim aqui desejar umas Festas Felizes.
Desejo tudo de bom para 2011.
gora é que vou ter tempo para me dedicar um pouco mais a ti e a outros amigos com quem estou em falta.
Abraço. Beijo.
António
Penso que o perdão é sempre necessário e libertador pra quem perdoa... Abraço grande!
ResponderExcluirCris,
ResponderExcluirSomos muito parecidos mesmo. Obrigado por vir e deixar a sua quase não escrita.rs
bjos
Betha,
ResponderExcluirÉ justamente o que quis transmitir ao escrever este poema, questionar os significados que todos têm dado, em sua maioria, ao que é o Natal.
Obrigado
Angélica,
ResponderExcluirMinha querida, seus comentários sempre inteligentes e que me pegam pelos pés. Concordo com vc sobre o processo da criança triste, muito bem condensado em seu comentário. Neste poema, que foi escrito em 2007 (acho), não era "pessoal", entende? Eram questionamentos feitos e que ficaram no papel.
Muitos beijos
Querido António,
ResponderExcluirSeja bem-vindo sempre a este espaço, que é nosso, e desejo um solstício de inverno auspicioso para ti e os irmãos de Portugal. Aguardo tua disponibilidade, mas sabemos como somos ocupados, não te cobres, estarei por aqui.
beijo e abraço
Teu amigo além-mar
Grande Robson,
ResponderExcluirBem-vindo ao Braços Abertos.
Concordo com o que escreveste, por seguro, sim! O perdão é algo transformador, há de ser ativo, feito de uma maneira ativa. No caso deste poema, o tema perdão é tratado de uma maneira passiva, mas com um propósito de ser assim: justamente tentar balançar o leitor a buscar a maneira ativa do perdão. Pelo teu comentário, acho que consegui chegar perto.
Muito obrigado e um forte abraço.