- Oi!
- Tudo bem?
- Sim.
- Tudo bem mesmo?
- Claro!
- É que...
- O que?
- Nossa, por que tão ríspido? Tudo bem mesmo?
SILÊNCIO
- Você está diferente, não entendo...
- O que?
- Que foi que te fiz?
- Nada...
- Então está tudo bem, né?!
- Sim, claro que está tudo bem, porque haveria de não estar tudo bem?
- Credo, não precisa ficar bravo, não tinha a intenção de...
- De que? De vir até aqui para dizer que está tudo bem? Que eu sou um cara legal, interessante, gente boa, mas...
-Você está sendo injusto.
- Eu?
- É.
- Então tá. Vamos logo ao assunto, você vai me dizer ou não?
- Calma, vim aqui com todas as boas intenções.
SILÊNCIO
- E, depois, você é um cara muito complicado.
- É?
- É.
- Por isso o tal do "mas"?
- É... Pode ser, não sei, não me venha com essas perguntas difíceis, sabe que não gosto.
- Bem, não sei mais de nada, só sei que você me vem com esse mas... Eu não entendo a porra desse mas, semana passada era um com certeza, agora vem com mas...
- Mas...
- Mas o que? Droga!
- Assim não dá.
- Tem razão não dá, mas...
- Mas nada, vou embora.
- Mas...
- Adeus!
- Mas...
- O que?
- Mas eu gosto de você.
- Ah, querido, você sabe que eu te acho muito legal, interessante, gente boa, mas...
- Chega! Vai embora.
- Mas...
- Ok, pode parar! Não quero mais saber desse tal de "mas", vai logo embora e me deixe lamber minhas feridas.
- Tá.
Ela se foi e ele ficou devaneando sobre o que diabos queria dizer esse "mas" dela.
Não conseguiu entender nada além de que mais nada poderia ser feito, mas...