Inadequado e
Hermético
Percebo-me.
acreditei em ideias
Defendi-as
Com alegre ousadia.
Perceber-me inadequado
Fez-me chorar
A vida que construí.
E, se pareço amargo,
É tão somente fruto
De mim mesmo.
Fruto da árvore
Grávida de ideais,
Repleta de sementes inférteis.
O humor sarcástico
Que dantes feriu,
Agora me consome.
Triste e inadequado,
Solitário e estranho
Num ninho sem crias.
Descortinar-me,
Necessária
Inquietude vil.
Aprumar-me,
Inadequação
Impossível servil!
Alma decepada
Dilacerada em mil,
Sem linha a coser.
Respiro a amargura
Do que poderia ser
E não fui.
Inadequado!
Mundo que gira
Indiferente.
Entrego o jogo,
Penduro a chuteira,
E concluo:
Mea culpa!
"Alma decepada
ResponderExcluirDilacerada em mil,
Sem linha a coser"... gostei demais!
"Mea culpa" nada, o mundo anda estranho, as pessoas também, sem ética, sem sonhos, robotizadas e materialistas. "Mea culpa" dos outros que estão tornando nosso mundo e "nossa" vida numa grande droga.
Beijos
Cris,
ResponderExcluirAinda bem que existe a tal licença poética. Não gostei muito do efeito deste poema no geral. E acho que por isto tenha colocado inconsciente o "mea culpa".
E, sobre as pessoas, eu fico numa dúvida... Imagina se nos fechamos completamente?!
beijos