quarta-feira, 8 de julho de 2009

Gaiola


Do mito da caverna,
Espelho-me agora
Fora da quarentena.

O que me espera lá fora?
A noite serena,
O dia que estopora?

O medo do desconhecido
Entre travesseiros encolhido.

A porta da gaiola foi aberta
A caixa de pandora rebenta.

Dá um colírio, uma máscara
Prenda o fôlego e encara.

A sorte mazelada
Da boca amarelada.

Fico!

Cristiano Melo, 08 de Julho de 2009.

4 comentários:

  1. Sou como Proust na neura: adoro um escritório forrado de cortiça, livros, os gatos, um uíque , notebook, música e tá perfeito. Open air é coisa pra quem é saudável.;)) A natureza é má - dizia Sade;))

    gostei

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  2. Cris

    Você me fez lembrar de um poema meu que nunca postei, sobre nossos medos e angustias ancestrais. Um pedacinho dele:

    ... nos meus olhos cintilam
    faíscas
    do primeiro fogo
    o espanto
    do primeiro incêndio
    e a dor
    da primeira brasa
    queimando em minhas mãos ...

    beijos

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  3. Livre devemos ser e estar sempre, um resguardo assim se deu um 'pensamentar' e um gosto do que é a vidae assim pássaro solto, assimvoa...

    bj

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  4. E mudamos um pouco quando passamos por um periodo de isolamento - quarentena = sem ver gente. Mas será sozinho? Sozinho nunca... Sempre se tem companhia :)
    Abraço

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