terça-feira, 22 de setembro de 2009

A partida








Sim, sorria para aquele doente,

Levava lata de cerveja, gelada

Os dedos salientes na fronte

A vã recompensa aguardada.


Ébrio, passeava a mão gordurosa

O óleo da fritura do domingo

Na carne da filha dele, gostosa...

Fartas carnes fritas, inimigo.


Não, queria ir embora dali

Criança que era, pura e impoluta

Sujada pelo doente javali.


Talvez, tenha chorado, puta

Quando saltou da cobertura,

E a carne escorria o fel, jaz ali.



Cristiano Melo, 22 de Setembro de 2009.

2 comentários:

  1. muito forte querido...as palavras...o poeta...a história...

    muito talentoso este meu amigo...muito mesmo! amo!

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  2. Pareceu-me uma verdade tua...mas lembrei-me de Ana C. ela foi assim...pro asfalto
    dos aliviados...
    descontentes com os tresloucados..essa vil carne sebenta
    belo e forte cara!Uau!
    Cris ...demais!

    cintia thome (saudade)

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