quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Viagem




Na penumbra de calafrios em seu quarto,
O ser solitário pressente o inominável.

Ânsia de ser ouvido
Com a voz embargada.
Grunhido estampido,
Cigarra entalada.

Ninguém lhe estende a mão!
Nem amigos de eras atrás,
Muito menos afetos de paz.
Esmorece calado com o tempo em vão.

Desejo,
Carência,
Sentimento.
Tempo!

Deixou-se deixar de ser
Cortou-se em busca de ter
Farrapos de um ser que sofre,
Com olhos críticos, a estrofe.

Resta algo a dizer,
Sempre há.
Não vá,
Fica!

Mas o querer não interfere!
Vão-se os anos nos vincos da face,
Nos dentes que caem um tanto precoce,
Cabelos ralos e brancos consoantes a febre.

Ainda na escuridão do quarto,
Algo escorre denso além do cotidiano.

Devaneios de ser ou não ser,
Não foi e não será, ter ou não ter...
As asas da esperança arrepiam suas costas,
Brilho vivo que aos poucos se afasta em cotas.

Amanhece,
A luz retorna,
E anuncia:
Jaz um corpo ao chão.

E, num traço roto,
Foi-se.



4 comentários:

  1. Não vá, fica!
    Na escuridão do dia as luzes acendem iluminando o caminho.

    Beijos

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  2. É VC O CRISTIANO QUE ESTÁ NO MEU FACEBOOK? SE É, PODE USAR MINHAS FOTOS EMS EUS TEXTOS
    DIAS FELIZES
    Grace Olsson
    graceolsson.com/blog

    ResponderExcluir
  3. Cris,

    todo dia, a cada momento, vamos e voltamos. Iluminar-se é tomar consciência, e isso não tem volta.

    beijo e obrigado

    ResponderExcluir
  4. Oi Grace,

    Sou eu sim,
    Obrigado pela gentileza, olharei sim e desde já agradeço a sua generosidade.

    um beijo

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