sábado, 27 de junho de 2009

Conversação




Poema pós-blogagem coletiva


Conversa ação
Converte em produto
Conteúdos de troca.

Informação é materiaprima
Conhecimento produzido
Da comunicação efetiva.

Conversação ativa
Transforma realidades
Acalenta com esperança
Que se pode construir
Algo diferente.

Indiferente?

Só quem já morreu,
Ainda assim mexem nos túmulos

Que seja possível a transformação
Rodas de conversas
Com propósito.

Ação!

Cristiano Melo, 27 de Junho de 2009.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Poema resultado da atividade de drogas

Poema inspirado em uma traficante/usuária assassinada

MARIA NINGUÉM

Tua alegria mudou Maria Ninguém,
Por trás da membrana cinzenta de teus olhos,
Dos lábios de cor violácea, disformes,
E corpo emagrecido, com as salientes costelas.

A vida não te sorriu, Maria...
A sociedade te pariu e te desajuntou
Tua realidade é outra, das muitas fomes
A tua é sórdida com suave brilho de estrelas.

Para onde ir, não é Maria?
Aos braços de teu Zé Ninguém?
Para ele espancar tua alma com fórceps?
Enfiar pela tua goela a fumaça maldita?

Onde está o céu, deve ser uma questão,
Quase nunca ou sempre indagada em teu travesseiro.
Não é Maria? Mas mesmo a fome de teus filhos,
Não te aguçam a responder tais perguntas.

Está enferma Maria, muito doente!
E esta doença, é contagiosa e fatal.
Os ricos que te temem só sustentam teus males
E te deixam confusa com sorrisos de predador.

Shangrilá, Céu, Nirvana, Passárgada...
Paraísos fora de tua realidade, ó Maria,
Quais teus sonhos, tuas motivações?

Teu filho quer carinho, mas dá o pouco que tem
Ao Zé que te acorrenta e que devolve na mesma medida
As surras mútuas em teu mundo, Ninguém.

Tenho compaixão de ti e dos teus semelhantes,
Mesmo que tenha me sequestrado, furtado e espancado
Na minha alma maculado um furo.

Queria abraçá-la Maria, em meus braços te contar
Da vida que poderia ser diferente,
Dos sonhos que poderiam existir aos teus filhos.

Mas teu vício jocoso consome voraz
E só tem ouvidos aos Zes e Marias,
Nem a mim nem aos teus pequenos filhos,
Consegue te ater em qualquer atenção.

Talvez por saber de teu destino:
Mais uma cova rasa!
Jazigo das Marias Ninguéns.

Cristiano Melo, 10 de Maio de 2009.

Blogagem Coletiva: opinião

Discutir descriminalização das drogas em um país como o Brasil, de tamanho e diferenças gritantes, é mais complicado do que se discutir em um país do tamanho da Holanda? Penso que sim. Qualquer tema que interfira na sociedade brasileira é algo complexo pois leva a diversos olhares sobre o tema. Algumas culturas brasileiras utilizam de drogas para seus rituais de cura e de comunicação com suas divindades e outros, como dizer que isto é o mesmo que a utilização de drogas no âmbito urbano?
No entanto, como discutimos e vivemos em cidades, o foco de meu post será voltado para este local, esta conjuntura urbana.
Volto um pouco no século XX, onde o álcool era proibido e existiam gangues de tráfico como agora, e que, acabou a levar a liberação desta droga no mundo inteiro (ou boa parte dele), pode servir como memória para discutir a descriminalização de qualquer droga, uma vez que, estatisticamente, dados oficiais, apontam para o uso de álcool como um dos maiores problemas de saúde mental e de ordem pública no Brasil. Assim, algo que era para ser discriminado, é aceito socialmente, causando danos irreparáveis em diversas famílias, vítimas do uso abusivo desta droga. O que ocorre também com as outras drogas.
Penso que descriminalizar drogas no Brasil, como é feito na Holanda por exemplo, só levaria a um aumento da violência, bem como os danos no meio familiar, aumentaria os gastos de recursos públicos com redução de danos e não ajudaria em nada no sentido de ir contra estas questões, como alguns defendem. Na verdade, defender a descriminalização das drogas é uma pressão de uma parte da sociedade que ganharia com isto, como o foi na época da liberação da venda de álcool. A sociedade há de ficar alerta e não “engolir” tudo de maneira acrítica. Ficar atento e criar ações no sentido de conter legislações que poderiam trazer danos ao invés de ajudar na sua contenção.

Este é o primeiro post, está mais generalizado, e tentarei escrever algo mais pessoal no decorrer do dia, ou desenvolverei minha opinião nos diversos blogs que se debruçam hoje sobre uma importante questão que afeta a todos.

Abraços cordiais

Blogagem Coletiva: links teóricos

Amigos da blogagem coletiva sobre a descriminalização das drogas no Brasil, aqui deixo links de teorias e leis para iniciar discussões sobre o tema (estes disponíveis no meu outro blog CIPSEC):

ÉTICA E MORAL:
http://cipsec.blogspot.com/2009/06/etica-e-moral-legalizacao-das-drogas-no.html

LEI 11343 (CHAMADA DE LEI ANTI-DROGAS):
http://cipsec.blogspot.com/2009/06/lei-n-11343.html
http://cipsec.blogspot.com/2009/06/decreto-n-5912-que-regulamenta-lei-n.html

CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS:
http://cipsec.blogspot.com/2009/06/tipos-de-drogas-classificacao.html

COMO CRIAR UMA REDE DE SAÚDE MENTAL EM SEU MUNICÍPIO (PARA GESTORES PÚBLICOS):
http://cipsec.blogspot.com/2009/06/saude-mental-passo-passo-como-organizar.html

MAPA DA VIOLÊNCIA NO BRASIL:
http://cipsec.blogspot.com/2009/05/mapa-da-violencia-no-brasil.html

Isto posto para começar os trabalhos, boa leitura e discussão a todos.
abraços
Cristiano Melo

terça-feira, 23 de junho de 2009

Imobilidade


O medo congela
De todas as maneiras de pensar
O temor que paralisa,
Toma a alma de inércia, corpo fica.

O que de mais vil para se boicotar
É restar imovel, paralisado
A vida cobra movimento
Com lágrimas, não pare.

Aprende a fuga da realidade
Em tenra idade
Vício de permanecer no hábito
Garantia fantasiosa de jeito.

Começar o movimento, desde o momento
Em que o medo imobiliza
Espere a ponta e deslize
Desenrole a linha emaranhada de argumento

Drogas licitas e ilicitas corroem
Meditar ajuda a respirar
O medo por entre brumas
Alma que busca se libertar.

Não deixe a vida como está
Nem como ela é
Crie, recrie.
Guarde a morte como amiga.

E viva!

Cristiano Melo, 23 de Junho de 2009.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um pouco de romance

Vinho tinto retine
Taça e espada
Ser distinto define
Destino não há como fada.

Encontrar o anônimo
Tornar anímico
Viver o animus
Ânima!

Entrelaços selam
Desejos e fantasias.
Objetiva mente
Não há laços.

Entrelaçados...

Sem prumo
Futuro há?
Vida de sumo
Fruto doce disposto.

Como a fruta
Paraíso no haver
Cheiro novo na fronha.

Cristiano Melo, 19 de Junho de 2009.

domingo, 21 de junho de 2009

Piensa em mi - Chavela Vargas

Esta é para o dia da blogagem coletiva "solta o som".

Música de Chavela Vargas que me marcou em alguns momentos de minha vida, um tanto melancolica, talvez por isto, goste muito.

OBS.: Clique no título para ouvir

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Bata e assopre

Bata na ansiedade,
Bata!

Sacuda, rebole, esfole
O traseiro da frase.

Não diga,
Fale!

Não engula,
Vomite!

Acaricie a ansiedade,
Acaricie!

Pense, reflita, construa
A frente do verso.

Não grite,
Sussurre!

Não cuspa,
Respire!

Transforme teu bucho
Em ventre
Grávido de idéias.

Cristiano Melo, 17 de Junho de 2009.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Mais do Mesmo

Amor e ódio!
Guerra e paz!
Tanto faz...

Pro bicho-homem-preguiça,
Pra mulher-aranha-mestiça.

Gritam palavras de ordem,
Testam bombas radioativas,
Naufragam baleeiros,
Trancam-se nas masmorras...

Tic Tac...

BUM!

Nada a fazer, nunca se fez
Nem nunca será feito
Bem-feito!

Cabum!

Mais uma guerra se inicia
Outra termina,
Do homem-esquerda-verde
Da direita-feminista-agrária.

Baticum, Bum, Bum...

Rebola mais, solta ao vento a ignorância
Fortalece a ideologia, rebola mais!!!

Tum, Tum...

Ainda bate um coração, de quem?

Capoft!

Pronto, não mais,
Só se pode ouvir o samba
Do direitista-esquerdista-frentista-centrista que defende sua própria ideologia
Sua fé em si... Nada além de si.

Plof!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tudo bem, mas...

- Oi!
- Tudo bem?
- Sim.
- Tudo bem mesmo?
- Claro!
- É que...
- O que?
- Nossa, por que tão ríspido? Tudo bem mesmo?
SILÊNCIO
- Você está diferente, não entendo...
- O que?
- Que foi que te fiz?
- Nada...
- Então está tudo bem, né?!
- Sim, claro que está tudo bem, porque haveria de não estar tudo bem?
- Credo, não precisa ficar bravo, não tinha a intenção de...
- De que? De vir até aqui para dizer que está tudo bem? Que eu sou um cara legal, interessante, gente boa, mas...
-Você está sendo injusto.
- Eu?
- É.
- Então tá. Vamos logo ao assunto, você vai me dizer ou não?
- Calma, vim aqui com todas as boas intenções.
SILÊNCIO
- E, depois, você é um cara muito complicado.
- É?
- É.
- Por isso o tal do "mas"?
- É... Pode ser, não sei, não me venha com essas perguntas difíceis, sabe que não gosto.
- Bem, não sei mais de nada, só sei que você me vem com esse mas... Eu não entendo a porra desse mas, semana passada era um com certeza, agora vem com mas...
- Mas...
- Mas o que? Droga!
- Assim não dá.
- Tem razão não dá, mas...
- Mas nada, vou embora.
- Mas...
- Adeus!
- Mas...
- O que?
- Mas eu gosto de você.
- Ah, querido, você sabe que eu te acho muito legal, interessante, gente boa, mas...
- Chega! Vai embora.
- Mas...
- Ok, pode parar! Não quero mais saber desse tal de "mas", vai logo embora e me deixe lamber minhas feridas.
- Tá.
Ela se foi e ele ficou devaneando sobre o que diabos queria dizer esse "mas" dela.
Não conseguiu entender nada além de que mais nada poderia ser feito, mas...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ânsia solitária


Afogo-me em cigarros
A solidão e a ansiedade
Corroem ácidas
A roupa do rei.

Café, vinho, água, cigarros...
Noite insone
Virada pelo avesso
Nas cobertas do palácio.

Dragões para caçar
Salvar belas donzelas
Dar pão ao povo faminto
Atos heróicos de um narciso rei.

Desconstruo-me dessas fantasias
Não é carnaval, é vida tamponada
Viver na frágil ânsia de ser feliz
Enquanto a morte chega a todo instante.

Pura alergia da solidão,
Não há nada além de desconforto
Se não se aceita como se é
Um ser solitário e humano.

Cristiano Melo, 11 de Junho de 2009.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Montanha russa


Há dias de acreditar na sorte
Sorrir pro dia
Olhar os pássaros no céu
E ser um forte.

Há dias de descer a fossa
Ficar quieto na cama
Olhar o teto sem alegria
E ser um forte.

Há dias de marasmo e melancolia
Pensar no que se podia
Olhar as crianças brincarem no parque
E ser um adulto.

Há dias de ser sábio
Reunir pensamento, sentimento e sensação
Expressar este amálgama em sinais
E ser um humano.

A percepção como uma montanha-russa
Nos trilhos, um caminho
No carro, um meio
E ao fim, um ser que cansa.

Cristiano Melo, 10 de Junho de 2009.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sobre o Amor



Das partes que me constroem
O amor é o que mais me confunde.

Fala-se tanto,
Escreve-se muito.

Não consigo encontrar seu significado
Nem em fala, nem em escrita, em qualquer lado.

Mergulhei ao fundo do mar,
Viajei ao fim do mundo,
Escalei os Andes,
Penetrei na Amazônia.

Nada!

Conversei com indígenas,
Absorvi conhecimento acadêmico,
Encontrei a terapia,
Esbaldei-me no empirismo.

Nada!

Fui ao passado, presente e futuro...
Questionei oráculos e líderes comunitários.

Todos sabiam o que era o amor,
Mas não me encontrei nesses significados.

Amor, define-se como um sentimento?
Amor, metáfora de uma batida de coração?
Amor, realidade fantasiosa de poemas piegas?
Amor, objeto de busca incessante no outro?

Sabor de que existem então diversos
Não há um amor
Talvez sim amores
Em mim, nada, ou tudo!

Cristiano Melo, 09 de Junho de 2009.

domingo, 7 de junho de 2009

A Folha


dedicado a Cíntia Thomé



A folha verde que balança ao vento
Inspira poetas e apaixonados
Antes de chegar a sua hora de amarelar e voar!

Ao cair, junta-se a outras de cores pardas
Inspira poetas e apaixonados
Antes de ser varrida ou decomposta.

Sua matéria é transformada em partes orgânicas
Inspira cientistas e pragmáticos
Antes de virar folha verde.

Volta a balançar ao vento
Inspira e expira
O ciclo natural na Terra.

E, se o fogo a consome
Ou a água a arranca verde,
O vento e a terra forjam uma nova folha.

Inspira a todos, folhas ao vento
Catavento de acalento
Com pás lépidas a girar.

Cristiano Melo, 06 de Junho de 2009.

sábado, 6 de junho de 2009

Ave encantada






Uma ave bica minha ferida,
Corro pra longe do morro
Assustado, saio da guilhotina.

Outra ave me vem em socorro,
Depena-se em meu corte e ensina
Assombrado, curo-me e não morro.

Forte sombra nos alcança
Cobre a sorte do encontro
Ensimesmados na lembrança.

A luz que foi coberta de pronto,
Brilhou venusta esperança
Cansados nos deixamos em pranto.

Ave diabólica a alma alcança
Em meio a tanto canto
Responde a angelical ave que me lança.

Quedo-me encantado!


Cristiano Melo, 05 de junho de 2009.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Louco amor

-Eu te amo!

-Como?

-Eu disse: eu te amo!

-...

-Não vai falar nada?

-Tenho de falar algo?

-...

-Por que essa cara feia?

-Porque você é insensível.

-Eu? Honestamente, não sei do que você se refere...

-Eu disse “eu te amo” e você não falou nada, ficou aí com essa cara de esnobe.

-Ah! Entendi. Então é pra eu dizer algo quando me diz “eu te amo” e nos conhecemos não tem duas horas?

-Não disse? Esnobe!

-Ei, chega pra lá, não vem não, só porque diz me amar em duas horas de conversa acha que tem o direito de apertar o meu braço?

-Além de esnobe é frágil! Saco, porra: EU TE AMO!!!

-O-K, t-á, agora pode soltar um pouco o meu braço e conversamos?

-Arrogante! Caralho: EU TE AMO!

-gasp.

-Não sei o que você pensa da vida, mas sei do que você precisa, de um pouco mais de humildade, só porque me fez te amar com seu sorriso e suas idéias, acha que pode me tratar como um cara qualquer? Só porque você me tratou como um Deus, é um Deus, com suas estórias de sua vida inteira enquanto eu falava das minhas, e me trazia o café que o garçom demorou a trazer e sorria. Não, não, se me encantou assim, terá de pagar um preço.

-Por favor, não aperta mais meu pescoço, podemos conversar, e-eu te digo que t-te amo, faço o que quiser, mas não me machuca!

-Egoísta! Se preocupa só com você, e eu? Tô esfolado com meu coração sangrando, porra, EU TE AMO MUITO, nunca senti isto antes, você é foda, faz isso com todos não é? Com quantos, hein?! Tenho certeza que distribui esse sorriso pra todos e faz o mesmo que fez comigo... Eu te amo, droga.

-Que tal eu ligar o carro, e continuar até algum lugar bonito, com gente, sair daqui do meio da estrada, afinal eu te levava pra casa, lembra?

-Ainda mais essa. Agora quer me fazer sentir inferior porque tem um carro e eu não, já saquei a tua, não ama ninguém além de você, muita gente te ama: você eu e os outros, ah, os outros, fico louco só de pensar...

-Calma, a-a-m-mor, não existem outros, vou refletir sobre ser egoísta, não quer mesmo ir pra casa? Já liguei o carro, solta meu braço para eu dirigir? Hum?

-Pra quê? Pra depois de me deixar encontrar com outro? Não vai não! Eu te amo e assim vai ficar, não sairá daqui.

Deu um murro no rosto de quem disse amar, estrangulou até a morte o seu objeto de amor, saiu do carro e foi a parada de ônibus. No carro a mulher estrangulada, morreu sem saber o porquê daquilo e do que ele falava, uma vez que oferecera carona após trocar algumas palavras com o cliente da mesa ao lado onde tomava um café.


Cristiano Melo, 05 de Junho de 2009.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Manhuti

Nação poluta,
Tua gente é coesa
De sonhos oriunda
Tacanha turquesa do ocidente.

Vou-me embora de Manhuti,
Vim aqui a passeio,
Envolvido pelos comerciais
Da festa apressada!

Manhuti, país da rapidez intrépida
Tudo existe no nada do ontem
Quase nada inexiste no agora.

Em suas moradas sou bem recebido
E logo, logo devorado.

O esporte local é a caça
Sou facilmente engaiolado para abate
Numa velocidade sem compaixão.

Peço socorro aos povos de fora
É o que sussurro ao vento em urros
Apelo à falta de pressa
Ao sentimento possível,
Humanidade desumana.

Salvem-me de tão terrível destino,
Apavorado pela personificação da utopia famélica
Que a lenda é, pelo fato, engolida.

A mentira é o dialeto,
Sedução torpe a ferramenta,
Palavras em balas de escopeta,
Mãos em bote,
Adeus à minha sorte!

Sucumbo a Manhuti,
Salvem-me pelo menos minha alma
Levem-na para longe daqui
Para longe de Manhuti.

E, se a alma esfola em própria morte,
A Manhuti tentarei me unir,
Mentiras sairão de minha boca,
Um reles sedutor me tornarei,
Minhas mãos espreitarão,
De meus lábios farpas sairão
Quem sabe me tornarei um rei...

Adeus minha morte!
Manhuti, desgraçada Manhuti
Não me leve para ti!
(aos ventos que uivam – vou partir)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Objeto indireto


Esqueço e lembro
Conjugar o verbo certo
Quando mãos me afagam o corpo.

Quisera ser furioso
Agarrar as mãos com as minhas
Perguntar do que esqueci.

Pudera lembrar
No transitivo direto
Na sua pele cortejada.

Massagear o corpo inerte
Objeto direto de meu devaneio
Quando lembro, esqueço!

Cristiano Melo, 02 de Junho de 2009.

O caminho

por do Sol em Fortaleza, no alto mar

Cambalear errante por entre linhas escusas,
Tatear o lado escuro penetrante,
Sentir o cheiro da vida e da morte.

Questionar o inquestionável,
Saborear a fruta do conhecimento,
Eriçar o pelo com frio na espinha.

Solucionar questões e abandoná-las,
Escutar passos de seu humano vizinho,
Observar o horizonte e o início.

Estar no caminho da vida e da morte
Ser o que se é
Nadar contra a maré.

Cristiano Melo, 02 de Junho de 2009.


segunda-feira, 1 de junho de 2009

Prêmio violeta, a cor da cor, Cândido, seu jardim e os gatos e o selo violeta


este selo ganhei da Bea


Este selo é premio e representa, segundo os seus criadores,"as sensações que a cor violeta
traz para
a nossa mente". Ele é dado àqueles blogues que têm algumas das sensações da cor
violeta, a saber: magia, encantamento, graciosidade, magnetismo e tudo aquilo que parece
mágico.
As regras são simples: Exibir o "Selo Violeta" no seu blogue, juntamente com estas regras, e
indicar os blogues que quer premiar. Avisar os nomeados por si.
Que a Luz Violeta, com toda a sua magia de transmutação, esteja sempre presente na vida de
todos. E a poeisa possa interagir sempre e mais. Aqui fica a minha lista de nomeados: veja ao lado!
E como a querida Nydia lembra, este selo é de todos, para todos. É uma maneira de promover uma interatividade maior entre os escritores de blogs criativos e originais, passe-o adiante!
Valeu Bea, obrigado e obrigado a quem teve esta ideia incial, como uma espécie de corrente cultural e artística.
Cristiano Melo

A Companheira







puxou ao dono, adora uma rede
Acordado por pesadelos
Grunhidos de proteção ao meu lado
Alma penada?

Minha companheira não latiu
Ela aprendeu a não latir
Mas grunhiu ao escuro do quarto.

“Que foi Chica?”, perguntei sonolento.
O Gr dela deu lugar a abanadas de rabo
E o focinho na minha cara.

“Que foi Chica?”, alisei seu focinho gélido
Rabo alegre a me cortejar
“Querida, vá dormir”, afaguei seu crespo pelo.

No entanto voltou a rosnar
Nada no escuro
Talvez tudo, vai saber...

A certeza que tenho
É de ter uma companheira
Capaz de devorar dragões em meus pesadelos.


Cristiano Melo, 01 de Junho de 2009.

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