terça-feira, 7 de julho de 2009

Espelho


Quem me olha do espelho?
Quem e o que é refletido?

Percebo a face, o contexto corporal
Quem é este estranho?

Sou eu?
Não me reconheço
Tantos vincos e olheiras
Envelheci e nem percebi.

E o que aprendi,
Onde está?
Diga-me ó estranho do espelho
Onde está minha essência?

Imagem inerte
Que começa a sorrir
E, em minutos, gargalhar

Que medo medonho
De mim
A rir de...
Quem mesmo?

Vozes surgem e desaparecem
E o plano reto do espelho
Mantêm-se intacto
A despeito do prato
Jogado
Em
Mim.

Cristiano Melo, 2008.

2 comentários:

  1. O espelho apesar de somente refletir o por fora nos faz muitas vezes questionar o por dentro. Tem horas que não reconhecemos o nosso eu refletido no espelho.
    ótima poesia.
    Abraço

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  2. Cris, poetamigo: que poesia medonha de forte e bela! Bjos de luz, Grauninha

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