quarta-feira, 6 de maio de 2009

Tédio


Os ponteiros do relógio lhe açoitam
Qual condução sob vara ao carrasco
Furtivas idas a cozinha pra busca
De algo que não está lá, azulejos brancos...

Tic Tac! Zuumm! Pam Pam!
Martelam ora suave, ora tosco
Fortuitas entradas na alienante estaca
Sociedade fálica de tamancos...

Varar a noite, o dia, na sua solidão
Que é, talvez, a única verdade absoluta
Atrofiar do cérebro a percepção.

Quando do êxtase engolido resta
Sente o amargo gosto em expansão
Do tédio que lhe tem como visita!

Cristiano melo, 06 de Maio de 2009.

6 comentários:

  1. Uma delícia acompanhar o crescer da poesia. E a tua poesia cresce, ganha força e personalidade a cada dia Cristiano. E o tédio, parece mesmo inspirar os poetas... Achei lindo.
    Beijooo.

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  2. O tédio - sempre uma visita inevitável na biografia de qualquer ser ...
    abraço amigo !

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  3. A poesia inteira está show, mas particularmente gostei dessa parte "Furtivas idas a cozinha pra busca
    De algo que não está lá, azulejos brancos..."

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  4. Nydia,
    Você não sabe como me tira do tédio esse seu comentário...rs
    Muito obrigado pela força!
    Continuemos pois em nossa caminhada literária...Com ou sem tédio...
    beijos

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  5. Grande Ivan,
    Tens toda razão... O tédio e outros sentimentos ou sensações são intrínsecas do humano!
    Muito obrigado
    abraços

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  6. Tita,
    que bom que gostaste. Eu também achei interessante esta parte, dá pra viajar e ao mesmo tempo ficar no mesmo lugar, entediado!
    Obrigado
    bjo

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