A dor de existir, de caminhar
Faz-te entupir o sangue de veneno
O pulmão com fumaça malhada
O olhar ao horizonte te consome.
Não te sentes segura, não é menina?
Teus pais te espancam os sonhos
Os vizinhos calam e não te salvam
Para onde fugir e do inferno escapar?
Na forca que te jogam esperar
O pescoço que pende eterno!
Julgada à revelia, de defesa furtada,
Sem sono quando a noite some.
Queres fugir, não é criança fina,
De teus medos e temores bisonhos?
Quem sabe viver em paz no afã
Do divã e poder, finalmente, amar.
Tenho medo por ti, menina do telhado,
Teu predador a espreita diligente,
E o que tentar do contrario é engolfado.
Queria te pegar no meu colo de gente.
No teu sono, inspirar sonho embalado
Da tua infancia extirpada por demente.
Cristiano Melo, 17 de Maio de 2009.
Faz-te entupir o sangue de veneno
O pulmão com fumaça malhada
O olhar ao horizonte te consome.
Não te sentes segura, não é menina?
Teus pais te espancam os sonhos
Os vizinhos calam e não te salvam
Para onde fugir e do inferno escapar?
Na forca que te jogam esperar
O pescoço que pende eterno!
Julgada à revelia, de defesa furtada,
Sem sono quando a noite some.
Queres fugir, não é criança fina,
De teus medos e temores bisonhos?
Quem sabe viver em paz no afã
Do divã e poder, finalmente, amar.
Tenho medo por ti, menina do telhado,
Teu predador a espreita diligente,
E o que tentar do contrario é engolfado.
Queria te pegar no meu colo de gente.
No teu sono, inspirar sonho embalado
Da tua infancia extirpada por demente.
Cristiano Melo, 17 de Maio de 2009.
Todo julgamento à revelia é
ResponderExcluiremsua essência
cruel ...
E quando a defesa se esconde no manto
da indiferença
Bem, ... aí fica muito pior.
abraço !!
Sá menina!
ResponderExcluirNa ilusão tem cola,
E droga, sacundim
Samarina, é de pedra
Boceja enfado
Não vacila, nem vem de garfo
Que hoje é dia de sopa
Na costa do descobrimento
Seu país deixa cair
Zazueira, dança nesse embalo
Nessa linguagem cotidiana no furor da língua,dialogamos.
Mas é que a violência é da sociedade contra si mesma.
Sá menina não é vítma ..é algoz, por vezes.
Assim como são os pais dela.
Nessa confusão ética em que vivemos e a politica de saúde do governo, implementada pelo ministério da saúde v^^e e lê doente como minoria...tudo fica interrompido.
Aborto
Ivan,
ResponderExcluirem se tratando de Direito, nem há o que se falar, mas em termos poéticos é de uma crueldade o ser julgado a revelia, jogado a sua própria sorte...
Bem colocado.
Abraços
Bea,
ResponderExcluirQue comentário repleto. Obrigado pelo poema, casou bem com o tema do poema. Sobre a "discriminação" em políticas públicas, sejam elas de saúde, educação etc. Há atualmente uma calorosa discussão que ainda vai render muito "pano pra manga". Sobre os principios do SUS, esta discriminação estaria associada à equidade, dar mais para quem precisa, e vai de encontro ao outro principio que é o da universalidade (são quatro principios), e esta discussão ocorre há mais de vinte anos.
Sobre o poema, tentei fazer poesia de algo tão violento que é o abuso infantil, as marcas deixadas e o quão vulnerável é uma criança em seu meio social.
Beijos